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O que pensam as lideranças

No balanço geral do Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Sintraf), de Seara, 2016 foi de dificuldades e as perspectivas para 2017 não são nada animadoras.

Conforme avaliação da presidente e coordenadora regional da entidade, Enelsi Mariani, os avanços alcançados até a saída da presidente Dilma Rousseff (PT), mesmo com a necessidade de árduas batalhas, chegavam.
Depois disso, a classe só teve perdas. "O ano passado foi bastante tumultuado, primeiramente porque defendemos os direitos dos trabalhadores fortemente, e toda questão política nacional que envolveu o impeachment da presidente Dilma e de um governo de esquerda que há 12 anos vinha trazendo prosperidade para a agricultura e à classe trabalhadora veio muito forte. Nos trouxe retrocessos em diversas questões como a habitação, que era algo que conquistávamos todos os anos e agora está indefinido". Segundo ela, há divergências sobre a visão do atual governo sobre a questão especialmente para a região Sul do país. "O que se sabe é que algo a respeito será divulgado em março, mas fomos informados que o montante de subsídios que anteriormente vinha para o Sul não teremos mais".
Explica que "como sempre fomos organizados acessávamos mais que os outros estados, agora querem direcionar para os locais que acessaram menos. Outra questão que está interferindo na decisão é que o IBGE nas modalidades que faz os levantamentos para o Censo, está equivocado e o resultado deles é que a maioria dos estados do Sul atingiu a cota e que não existe mais falta de habitação. Mas isso não é verdade, e sim a metodologia deles é que leva a números irreais e que vão nos prejudicar muito também". O tom da entrevista com Enelsi Mariani é de decepção. No entanto, afirma que o sindicato já está atuando nesse sentido, questionando e mostrando a realidade. "Porém na visão do governo federal agora nossa região já está com as necessidades habitacionais supridas. Mas vamos tentar outras modalidades, porque não podemos deixar a agricultura parar". Cita ainda como problema a previdência social para a categoria. "Do jeito que está para vir, teremos muitas coisas ruins. Nossos agricultores já estão sendo prejudicados, especialmente os que recebem auxílio doença, e a situação tende a piorar. Estão cortando 80% dos benefícios. Não sabemos como isso vai ficar. O ano passado já foi ruim e este deve ser ainda pior, infelizmente".
A presidente Enelsi Mariani, no entanto, garante que as batalhas serão mantidas e as mobilizações intensificadas.

"Um ano dramático para a economia", diz Gilberto Weber
Para o presidente do Sintracarne de Seara, Gilberto Weber, o ano passado foi atípico. "Um ano dramático para a economia". Justifica que "até maio estava tudo bem, mas a partir de junho começou a problemática. Produção em queda acentuada, o desemprego crescendo em nível de Brasil, a inflação teimando e a crise continua em alta até agora. Empresas fechando e quase 12 milhões de pessoas demitidas". O presidente avalia que 2016 foi difícil para todos. Acrescentou ainda que "os alimentos em junho subiram mais que o dobro da média da inflação".
Weber acredita que 2017 começa com uma expectativa um pouco melhor. "As medidas que o governo vem tomando com incentivo à economia e com a inflação mais ou menos dentro do teto da média que estão projetando, há espaço para reduções nas taxas de juros e então conseguiremos ver uma luz no horizonte, mas a recuperação ainda está muito longe". No entanto, o sindicato conquistou avanços para a categoria e isso é motivo de comemoração conforme ele. "Todas as agroindústrias de grande porte, nenhuma delas concedeu a inflação. A crise pegou mesmo. Mas nós fizemos as negociações salariais e tivemos avanços. Foi jogado o índice de reajuste sobre todas as cláusulas discutidas e ganhamos. Eu tive com várias empresas menores e obtive ganho real aos trabalhadores. Então para nós, apesar do cenário ruim, tivemos bons resultados".
Weber afirmou ainda que as ações em defesa dos trabalhadores segue com todo o empenho necessário.

Contrariando a avaliação da maioria das entidades sindicalistas, o Sindicato Rural (Senar), de Seara, teve um bom ano de resultados. A avaliação otimista é do presidente Valdemar Zanluchi.
Ele justifica que o saldo positivo tem a ver com a implantação de diversos programas no município a exemplo do Assistência Técnica Gerencial (ATG), o curso de técnico em agronegócio, a reforma da sede do sindicato, entre outras ações. "Para o Sindicato Rural e Senar, 2016 foi um bom ano. Conseguimos viabilizar tudo o que tínhamos planejado". Afirma que para este ano o planejamento é ainda maior. Dentre as prioridades, Zanluchi destaca que mais uma turma para o curso técnico em agronegócio está garantida. As inscrições iniciam na próxima segunda-feira. "Vamos continuar prestando a assistência que sempre disponibilizamos. Agora também contratamos mais uma funcionária com curso superior em agronomia, o que facilita muito para garantir o auxílio aos agricultores que procuram o Sindicato Rural, vamos manter as nossas atividades normais, continuar com os treinamentos e capacitações através do Senar, e ainda queremos implantar uma turma de menor aprendiz neste ano".
Zanluchi salienta que o papel do Sindicato Rural "é a defesa dos direitos de quem planta e cria, o nosso produtor rural. Essa é nossa prioridade, além de promover cursos e capacitações e buscar a melhoria da qualidade de vida de nossos agricultores, porque dependemos deles". Sobre o bom relacionamento e a parceria com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, disse que ainda não sentou para conversar com os novos dirigentes da entidade, "mas esperamos que continuem porque sempre renderam resultados positivos. Da nossa parte queremos continuar", assegura.
Com relação às queixas de outras entidades sobre a crise econômica no país que interferiu no andamento das ações, o presidente Zanluchi garantiu que "nós não sentimos, porque temos um convênio forte com a Confederação Nacional da Agricultura, com Ministério da Agricultura e o Senar, órgãos bem organizados, estruturados e com planejamentos sólidos que fazem reservas para prevenção nos momentos de crises financeiras e que nos abastecem de recursos para aplicação para que o sindicato não sofra com os impactos negativos".

Foco da entidade é a eleição dos novos dirigentes
Jadir Martini assumiu interinamente a presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Seara em lugar de Luiz Benatti, que foi eleito vereador nessa nova legislatura, e assumiu a função de secretário do Interior do novo governo.
No balanço das ações de 2016, Martini afirmou que "assim como para as demais entidades foi um ano bastante parado em relação aos outros".
O presidente justifica que "a crise atingiu a todos, e as pessoas nesses momentosse encolhem e reduzem os investimentos. Foi um ano de cautela e agora estamos aguardando para ver como se comporta 2017".
Referente às ações do Sindicato, Martini destacou que "realizamos os nossos trabalhos normais, com pouco mais de dificuldade, porque dependemos dos associados para nos mantermos". Para o novo ano, segundo ele, a expectativa é manter as atividades, mas com foco na eleição dos novos gestores da entidade que deve acontecer na metade do ano. "Vou deixar o cargo, por isso vamos administrar o que está em andamento".
O papel do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, de acordo com Jadir Martini, consiste em dar os devidos encaminhamentos para empréstimos, aposentadoria dos associados, garantir recursos para reforma de habitações e a construção de novas moradias.

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