Ao contrário do ano passado, onde a forte interferência do fenômeno El Niño se refletiu negativamente na produção agrícola, 2017 inicia de forma positiva.

Pelo menos na produção de hortifrutis da região, em especial nas culturas de uva e melancia, que são destaques em Seara.  
De acordo com a Secretaria Municipal da Agricultura, a uva teve um bom desenvolvimento, pois foi registrado frio na época certa. Conforme o engenheiro agrônomo Renato Tumelero, "agora no período de maturação apareceram alguns problemas que danificaram um pouco os frutos, como abelhas, vespas, mariposas e também ataque de pássaros, mas no geral a produção é bem melhor do que nos últimos anos. O frio na hora certa proporcionou uma brotação mais uniforme das parreiras".
Já no ano passado, segundo estimativa da Secretaria da Agricultura, a quebra na produção da uva foi de 70%. Seara cultiva em torno de 30 hectares de terras com produção de uva, na grande maioria com trabalho familiar e comercialização local para consumo próprio e fabricação de vinho colonial. A estimativa é de que cerca de 200 toneladas de uva também sejam compradas de outros municípios por moradores de Seara para a produção de vinho.
As principais variedades de uva produzidas são Niágara, Isabel e Bordô. Os agricultores Artelindo, Aneri e Valdomiro Bordignon, de linha Bonita, comemoram o bom resultado da safra deste ano. "Temos cerca de 500 parreiras, a maioria das variedades Bordô e Francesa, e a expectativa é colher de 700 a 800 quilos. A maior parte foi destinada à produção de vinho", destaca Aneri, que também ressalta que posteriormente produz a graspa com a casca da uva.
Outra cultura que vem apresentando boa produtividade e expectativa de safra cheia é a melancia. De acordo com a Secretaria da Agricultura, houve um pequeno atraso em função do frio. "Mas estão sendo colocados no mercado produtos de excelente qualidade e boa quantidade. O produtor também está mais qualificado no controle das pragas e doenças que atingem a melancia, o que aumenta a produtividade", explica o engenheiro agrônomo. Em 2016 a quebra na safra chegou a quase 50%.
Na propriedade de Fridoldo Schöenell, em linha Lageado Forte, a produção superou as expectativas do próprio produtor. Ele conta que plantou cerca de duas mil mudas em uma área de cerca de 18 mil metros quadrados e pelo bom desenvolvimento dos frutos pretende colher entre 12 e 14 mil quilos de melancia. "Nem imaginava colher tanto. Graças a Deus deu tudo certo". Ele comercializa melancia na propriedade, na cidade e também tem um ponto de venda próximo a ponte do ria Ariranha. "Estou vendendo em média de 60 a 70 centavos o quilo e tenho comercializado bem".