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SOS RIO CAÇADOR

O jornal Folhasete inicia nesta edição uma série de reportagens para mostrar a real situação do rio Caçador, a principal fonte de água para o abastecimento da cidade de Seara e de muitas famílias do interior.

Poucos imaginam, mas as águas, muitas vezes turvas e barrentas que passam pelo rio na cidade, nascem em um local extremamente preservado e longe de qualquer tipo de poluição em linha São Rafael, na propriedade do agricultor Waldir Tochetto, ponto de partida da reportagem.
Numa encosta arborizada, um filete de água brota por entre as pedras e a terra virgem. É a nascente do rio Caçador. Por muitos anos, o local não tinha qualquer tipo de proteção. Seu Waldir Tochetto fazia roça no entorno, mas nos últimos 25 a 30 anos foi incentivado a mudar os hábitos e começou um trabalho de preservação. "Não acreditava que o mato pudesse segurar a água, mas depois que fizemos a fonte caxambu, cuidamos mais da nascente, o mato cresceu. A água nasce limpa e cristalina é de boa qualidade segundo as análises".
Tochetto destaca que sempre foi muito cobrado para preservar a nascente e lamenta que não haja nenhum tipo de incentivo ou benefício para quem cuida de um bem tão importante como a água. "Eu faço a minha parte. Aqui a água sempre nasce limpa e fresca. É uma geladeira natural".
Da nascente em linha São Rafael até a cidade o rio percorre cerca de sete quilômetros em meio ao terreno acidentado da região. Nos primeiros dois quilômetros ainda se verifica a preservação das margens com mata ciliar adequada e o gradativo aumento do rio, onde vai recebendo água de afluentes e ganhando corpo, próximo ao Cento Comunitário de linha Água Bonita.
Andando um pouco mais pelo próprio leito do rio neste primeiro ponto não se percebe qualquer tipo de poluição, seja por lixo ou dejetos. Já mais próximo da barragem da Casan, a cerca de 4,5 quilômetros da nascente, o cenário é um pouco diferente. A mata ciliar nas margens diminui bastante e a própria coloração da água é mais barrenta, além de sinais de erosão e assoreamento.  
A equipe do Setembro Verde, que neste ano realizou um diagnóstico sobre o rio, também apontou suas percepções sobre o Caçador neste primeiro trecho. Um dos coordenadores da campanha, Valdir Magri, destaca que "a preservação na nascente existe há muitos anos. Parabenizamos a consciência do seu Waldir Tochetto, assim como os demais que preservam. Já nos pontos mais abaixo percebemos uma situação diferente, destacando próximo à barragem, onde a água tem uma coloração bem escura e falta muita mata ciliar. A estrutura da barragem da Casan também é de abandono. Além disso, o espaço de armazenagem é insuficiente para o abastecimento da cidade".
Uma sugestão apontada por Magri seria a construção de uma barragem maior ao lado do leito do rio, evitando o assoreamento.
Área Urbana
Na próxima reportagem o Folhasete irá percorrer mais um trecho do rio Caçador, partindo da barragem, em linha água Bonita, até o cento da cidade.

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