Setor de grãos teve dificuldades

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- Enori Barbieri acredita que 2025 será um ano promissor
Ano de 2024 foi de recuperação para o segmento de proteína animal
O 2024 em vários setores da agricultura brasileira não foi muito animador. Já o 2025 tem a premissa de ser um ano bom.
A opinião é do 1º vice-presidente de Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), vice-presidente da Associação Brasileira de Produtores de Milho (Abramilho) e presidente da Câmara Setorial do Milho do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Enori Barbieri. Segundo Enori, entre os fatores negativos de 2024 estão a chuva no Sul e a seca no Norte. “Houve uma quebra de produção agrícola de grãos na ordem de 30 milhões de toneladas. Além disso o mercado pagou o pior preço ao produtor de milho e soja dos últimos 20 anos”.
Por outro lado, esta realidade favoreceu o setor de proteína animal. “Com esses preços baixos do milho e da soja, as cadeias do frango, do suíno, do bovino confinado e do leite puderam ter uma recuperação de ganhos no final do ano. Então, eu diria que 2024 na produção de grãos nós teríamos que esquecer. Muitos produtores brasileiros entraram em recuperação judicial porque não conseguiram pagar a conta com aquilo que colheram”.
Já para 2025, a expectativa é pela maior safra agrícola de grãos do Brasil de todos os tempos. E há uma demanda internacional de proteína animal muito forte e um dólar elevado que favorece as exportações. “Os insumos agrícolas em queda de preço também. Nós temos um mercado internacional aquecido não só de proteína animal, mas também de milho e de soja. Então, essa história que os alimentos estão ocasionando inflação não é verdade. Os alimentos nunca estiveram tão baratos. O Brasil não vai encontrar preço agrícola em nenhuma parte do mundo menor do que o nosso. Então, é equivocada essa ideia de importar alimento para baratear o produto aqui dentro. Não fosse assim o Brasil não exportaria 90 milhões de toneladas de soja, 40 milhões de toneladas de milho, suíno e o frango para 180 países e bovinos faltando aqui porque está direcionado à exportação”.
MERCADO
O vice-presidente da Faesc, Enori Barbieri, explica ainda que nenhum consumidor chega ao supermercado e vê falta de produto. “Pelo contrário, o ano vai ser bom para o abastecimento interno. O problema está no cidadão brasileiro, pois aquilo que ele está ganhando é acompanhado por uma inflação de um país que gasta mais do que arrecada, de um Brasil que tem uma logística ultrapassada e velha, os custos de energia e serviços muito altos, pelo excesso de imposto sobre o serviço. O consumidor não consegue mais comprar o que ele comprava outrora. Ou seja, o poder de compra está muito baixo”, argumentou.
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