Comunidade de Seara promoveu evento em honra à Nossa Senhora da Salette.

Fé e esperança renovadas. Mais de seis mil pessoas passaram pelo Santuário de Nossa Senhora da Salette no último fim de semana a fim de agradecer pelas graças auferidas e pedir por bênçãos que pretendem alcançar. Nem mesmo a chuva e o tempo instável impediram que os romeiros peregrinassem até a comunidade de linha Salete, no interior de Seara.
Dona Angelina Pereira Pitan, moradora de linha São Rafael, afirmou à reportagem do Folhasete ser devota à Santa. Relatou que, com muita fé, superou vários problemas de saúde, inclusive no coração. O filho, hoje com 44 anos, também enfrentou muitas dificuldades na infância. “Sempre fui devota de Nossa Senhora da Salette e venho ao Santuário sempre que posso. Fomos abençoados em várias situações e hoje venho fazer mais um pedido, pelo meu neto. Se Deus quiser, no ano que vem eu venho novamente para agradecer e pagar minha promessa”.
Muitos fiéis creem que a intercessão da Santa traz paz, fortalece a fé e ajuda a enfrentar os sofrimentos da vida. A primeira aparição aconteceu em 19 de setembro de 1846, na pequena vila de La Salette, nos Alpes franceses. Os escolhidos para testemunhar a aparição foram dois jovens pastores, Mélanie Calvat e Maximin Giraud. A Virgem Maria apareceu em lágrimas, sentada sobre uma pedra, e transmitiu mensagens de conversão, oração e penitência. Na ocasião, a Virgem fez um alerta profético diante da falta de fé e da indiferença do povo em relação a Deus. Ela disse a Mélanie e Maximin, que se a humanidade não se convertesse e não respeitasse os mandamentos - especialmente o de santificar o domingo e honrar o nome de Deus - grandes sofrimentos viriam. Entre eles, anunciou que as colheitas se perderiam, as batatas apodreceriam, as uvas secariam e os grãos estragariam. Pouco tempo depois realmente houve uma terrível praga de batatas em várias regiões da Europa, inclusive na França e na Irlanda, causando fome e miséria.
Na homília da Missa Campal do último domingo, os padres Itamar Belebom, de Seara, e Luciano Gattermann, de Ipumirim, elucidaram a história da santidade, comentaram o lema de reflexão deste ano “Com Salette, Missionários da Esperança!” e associaram os sofrimentos do passado às mazelas da sociedade. Conforme o padre Luciano, atualmente várias pragas e fungos podem atingir a nossa plantação, ou seja, o campo da nossa fé. Citou o individualismo, o comodismo, materialismo, consumismo desenfreado, falta de sensibilidade, empatia e compaixão, injustiça e infidelidade, entre outros. “São praguinhas que vão nos servir de alerta pra gente não cair nisso e, quem já está, sair. Por isso, conversão, oração e reconciliação. A mensagem de Salette depois de 179 anos nunca foi tão atual e profética”.

Religiosidade

A Romaria em Honra à Nossa Senhora encerrou uma programação que iniciou ainda em 9 de setembro e contou com novena, missa dos trabalhadores, procissão luminosa, procissão pela cidade e tríduo. De acordo com o presidente do Conselho da comunidade de linha Salete, Adilson Tecchio, a festividade superou todas as expectativas, já que a previsão do tempo indicava chuvas e temporais para o domingo. “O Conselho agradece a todos que colaboraram, aos ministros, equipes de canto e liturgia, aos padres e à comunidade em geral, em especial aos romeiros que passaram pelo Santuário”.