Morador da região de Caraíba, o marido de dona Adelaide tem a receita para uma vida longa.

Muitas coisas acontecem em 100 anos. E neste último século, especialmente, ocorreram incontáveis mudanças. O mundo mudou. E vivenciar todas essas transformações é privilégio para poucos.
Aproveitando a passagem do Dia dos Pais celebrado neste domingo, 10 de agosto, o Folhasete rende homenagem a todos os papais na figura de Amélio Sartoretto, nascido em Itá em 4 de agosto de 1925.
Do manual para o analógico e depois o digital, o homem e a máquina, das cartas escritas a mão que demoravam dias para chegar ao destinatário para um simples comando que faz uma chamada de voz com imagem em tempo real através de um aparelho de pouquíssimas polegadas, mas tamanha potência, capacidade e utilidade. E este é apenas um exemplo que ele acompahou. Lúcido, forte e bastante ativo para tanta idade, seu Amélio não consegue conter a emoção ao olhar para trás e recordar tudo o que viveu, todas as experiências e transformações para chegar até aqui tão disposto e com bom ânimo para ficar um tempinho mais. “Me sinto bem, porque 100 anos não é qualquer um que alcança”, disse ele ao receber a reportagem do Folhasete, que foi abraçá-lo no dia de seu aniversário. Voz serena, ouvidos atentos e olhar perspicaz, pesa cada palavra antes de se pronunciar. Sabedoria que só o tempo é capaz de ensinar. Afirma que tem muita vontade de por aqui ficar. “Ah, até quando só Deus sabe, mas pela minha disposição acho que pelo menos mais uns cinco anos está bom”.
Na propriedade da família, próximo ao distrito de Caraíba, é seu Amélio e a esposa, dona Adelaide, ela com 95 anos, que dão conta dos afazeres. Juntos há mais de sete décadas, hoje eles não vão para a roça como antigamente, mas preservam ali o canteiro com as hortaliças que consomem, criam algumas galinhas para garantir ovos e ainda fazem o próprio vinho de mesa, indispensável para acompanhar as refeições. E esse é um segredinho para garantir boa longevidade, segundo seu Amélio. Pai de três filhas, uma já falecida, avô de seis netos e sete bisnetos, conta que trabalhou muito durante toda vida. Era dele, em sociedade com o irmão, o primeiro hotel/hospedagem em Caraíba, antes mesmo de Seara ter o seu. Depois, se dedicou à lida no campo plantando e criando suínos.
Seu Amélio acredita que a receita para viver bastante e com vitalidade é “aceitar a vida como ele é! Tem dias que ela é melhor, outros que é pior, mas tem que aceitar”.
A saúde é bem cuidada. Faz exames de rotina e toma regularmente o remédio para controle da pressão e outro para o coração. Também não esquece de se exercitar. “Faço minha caminhada diária, aqui e ali, cuido da horta e ajudo a vó aqui dentro de casa”.