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Concórdia comemora aniversário de 90 anos

  • - Dona Gladys Rigon, 101 anos, é uma das personalidades da capital do trabalho

Dona Gladys Rigon, 101 anos, é uma das personalidades da capital do trabalho.

O Brasil tem cerca de 215 milhões de habitantes. Deste enorme contingente populacional, apenas 37 mil brasileiros têm 100 anos ou mais. Em Concórdia reside uma destas personagens, que viu passar pelos seus olhos momentos como o início do rádio e da TV, a era da industrialização dos automóveis, a construção de Brasília e especialmente o nascimento de diversas cidades. Na região, por exemplo, apenas Chapecó e Joaçaba haviam se emancipado.

Dona Gladys de Magalhães Rigon comemorou 101 anos de vida no dia 7 de abril. Gaúcha de Passo Fundo, dona Gladys se mudou para Concórdia já casada com Olavo Cecco Rigon. O marido foi o fundador de uma das principais empresas da cidade, a Gráfica Estrela, e dá nome a uma das maiores escolas do município, a Professor Olavo Cecco Rigon. “Ele foi um esposo nota 10, um grande companheiro. Me deu grandes alegrias”, diz, emocionada.

Nesta semana a reportagem do Folhasete conversou com dona Gladys de Magalhães Rigon. Gladys é muito mais do que uma mulher centenária. Ela é uma amante da cultura e uma apaixonada pela cidade onde mora e que comemora 90 anos de emancipação nesta segunda-feira, 29 de julho. Dona Gladys é especialmente grata pela vida. “Agradeço muito pela minha vida, que é maravilhosa”, resumiu.

A maioria dos seus amigos de infância não estão mais neste plano, mas dona Gladys fez novas e duradouras amizades. Aliás, valorizar os amigos e receber bem quem a visita é mais uma de suas qualidades. Ao falar sobre a cidade que tanto ama, lembra que chegou em Concórdia quando o município dava seus primeiros passos. “Parecia uma comunidade do interior. Hoje é uma grande cidade”, lembrou. Considero Concórdia minha cidade natal. Eu amo este município. Amo morar aqui”, complementou.

Dona Gladys teve uma infância considerada difícil. Estudou em colégio interno contra a sua vontade. “Chorava muito. Queria voltar pra casa. Minha irmã, que já havia passado pelo internato, me ajudou a superar este momento difícil”, recorda. A boa educação fez com que ela se apaixonasse pela língua portuguesa, com uma queda também pelo francês. Dona Gladys é também uma grande apoiadora do setor cultural.

Viúva desde o ano de 1972 e mãe de cinco filhos - Olavo, Juarez, Fernando, Hernani e Beth – Gladys de Magalhães Rigon deixou uma mensagem, que não deixa de ser um conselho de vida. “O melhor da vida é viver sem rancor, sem praticar maldades, sem pensamentos negativos. Precisamos ter uma vida de conformo, alegria e entusiasmo”. Sobre Concórdia, diz que “vivemos numa cidade linda. É maravilhoso morar aqui. Todos nós temos muito a fazer ainda pelo nosso município. Eu amo Concórdia”.


História de nove décadas

O segundo maior município do Oeste Catarinense, com uma população estimada de mais de 81,6 mil habitantes, comemora na segunda-feira, dia 29 de julho, 90 anos de emancipação político-administrativa. Concórdia carrega no seu currículo o agronegócio como parte fundamental de quem é hoje.

Maior produtora de suínos, maior bacia leiteira do estado de Santa Catarina, segundo maior produtor de aves, um dos maiores produtores de erva-mate e, também, local que abriga uma das florestas que protege um dos biomas mais ameaçados de extinção do Brasil. No entanto, essa história começou ainda no século XVIII, já que a região era habitada por índios que foram desaparecendo com a chegada dos brancos que vieram para construir a Estrada de Ferro São Paulo - Rio Grande, pela Brasil Railway, a partir de 1908. O jornalista, historiador e responsável pelo Museu Hermano Zanoni de Concórdia, Raul Kussler, ressalta que lembrar as origens, ou seja, de onde uma comunidade se forma, é fundamental para saber para onde se quer ir.

Kussler contextualiza que naquela mesma época, chegaram os primeiros imigrantes italianos e alemães e fundaram uma pequena vila no local onde já residia o caudilho José Fabrício das Neves, considerado o pioneiro da colonização. “Em 1925, a colônia conhecida até então pelo nome de Queimados, passa a ser chamada de Colônia Concórdia, por iniciativa da Sociedade Territorial Mosele, Eberle e Ahrons Ltda”, conta. Com a aceleração no desenvolvimento da colonização, os problemas gerados pela dependência de Cruzeiro (hoje Joaçaba) tornaram-se mais evidentes. Havia também muito descontentamento pelo fato de os impostos ali gerados serem recolhidos sem se observar algum retorno significativo. O povo, liderado pela Companhia Mosele, fez um abaixo-assinado pedindo a criação do Distrito. Assim, em setembro de 1927, a Colônia Concórdia foi elevada à categoria de Distrito.


Independência

Não foi necessário muito tempo para que Concórdia se tornasse um município. No dia 12 de julho de 1934, por meio da Lei Estadual nº 635, Concórdia foi criada. Era constituída de 4 distritos: Concórdia, Bela Vista, Ipira e Itá. O último município a ser desmembrado do território de Concórdia foi Alto Bela Vista, em quatro de julho de 1995.

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