Falta de chuvas deixa um rastro de perdas no campo
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- Barragem da Casan com bom nível de água
Precipitação das últimas semanas regularizou situação.
Depois de um período de estiagem e poucas chuvas entre fevereiro e março, o mês de abril, em especial a última semana, foi de chuvas mais intensas em Seara e região. Conforme o setor da garagem da prefeitura e a Secretaria Municipal da Agricultura, responsável pelo transporte de água às propriedades do interior, não houve mais problemas relacionados ao abastecimento nos últimos dias.
Tanto a empresa JBS quanto a Casan suspenderam o transporte de forma definitiva em função das chuvas significativas, que em alguns pontos superaram os 100 milímetros somente neste mês de abril. Também houve boas precipitações no final de março.
De acordo com o diretor de Agricultura da Prefeitura de Seara, Flavio Ragagnin, “a chuva foi importante e resolveu o problema da falta da água, mas a estiagem fez com que a gente fosse pesquisar os problemas existentes em busca de uma ação imediata. É preciso reduzir a dependência da Prefeitura”. Flavio destacou os trabalhos e as ações da Secretaria na abertura, limpeza e construção de novas fontes. “Foi feito um mutirão com abertura de fontes, construção de fontes caxambu, açudes e reservatórios, entre outros. Procuramos detectar todos os problemas e achar um caminho, uma solução para o produtor”.
Se no abastecimento a situação foi normalizada, na agricultura ficaram alguns reflexos e prejuízos devem ser contabilizados. Conforme o engenheiro agrônomo da Epagri de Seara, Elvio Izaias da Silva, “com relação à produtividade e a produção das nossas lavouras com certeza tivemos algum impacto”. Ele contextualiza que “de maneira geral tivemos um ano agrícola dentro da normalidade em relação ao clima. As lavouras do cedo se desenvolveram bem, inclusive superando as expectativas de produtividade e com uma excelente safra. Mas dentro desse contexto de mudanças climáticas, tivemos esses eventos extremos, que é um grande volume de chuva caindo num curto espaço de tempo ou um período prolongado sem nada de precipitação e, principalmente, essas ondas de calor. E esse talvez foi o principal fator de trazer algum prejuízo para as lavouras”.
Elvio pontuou que houve prejuízos nas lavouras de soja devido ao calor acima dos 40 graus no período de enchimento de grão. “Acima dos 35 graus de temperatura a planta se desequilibra. Tivemos praticamente todo o mês de março quase que sem chuva. No total uns 40 dias que nós ficamos com pouquíssima chuva e aí, para a cultura do milho na segunda safra, foi terrível. A planta estava ainda num estágio inicial de desenvolvimento e essas lavouras sofreram”.
Prejuízos
O engenheiro agrônomo da Epagri de Seara, Elvio Izaias Da Silva, destaca que com relação à quantificação dos prejuízos, ainda é cedo para apontar valores, mas afirmou que nos lugares onde houve um período grande sem chuva há o registro de mortalidade de plantas. “Então, em algumas lavouras pontualmente nós podemos ter uma queda de produtividade, em torno de uns 20% a 30%”. Ele reforçou que uma estratégia que os agricultores precisam buscar é o seguro agrícola. Em março, Seara e outros municípios da região chegaram a decretar Situação de Emergência em função dos transtornos e gastos provocados pela estiagem.
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