Tradição está no sangue dos irmãos Dargas

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- Orgulho e tradição: Os Irmãos Dargas e o legado gaúcho em Paial
Paialenses colecionam conquistas em diversas disputas.
Em Paial, tradição não é apenas uma expressão. É herança, raiz e paixão transmitida de geração em geração. Dalmir Sebastião Dargas, 34 anos, e João Cassiano Dargas, 14 anos, representam com orgulho esse legado.
Filhos de Simão Dargas (in memoriam), fundador do CTG Recanto dos Pampas, os irmãos carregam no sangue o amor pela cultura gaúcha. Foi sob o olhar atento e incentivador do pai que Dalmir aprendeu os primeiros movimentos do laço, habilidade que o transformaria em destaque nos rodeios crioulos pelos pampas da região. Inspirado pelo exemplo do irmão mais velho e moldado pelas mesmas vivências tradicionalistas, João seguiu os passos da família e, juntos, os Irmãos Dargas vêm se consolidando como nomes fortes da tradição gaúcha, colecionando conquistas e mantendo viva a chama do tradicionalismo em sua querência. Dona Ilda Roman Dargas, a matriarca, não fica para trás e também tem papel de destaque. Para ela, o CTG e a vivência na cultura gaúcha são fonte de inspiração, tanto que atualmente ocupa o posto de Patroa do Recanto dos Pampas.
À reportagem do Folhasete, Dalmir e João contaram um pouco sobre as suas rotinas. “Participo há 20 anos das competições. Meu pai queria que eu aprendesse a laçar e aí fundou o CTG”, destacou Dalmir. Ele compete nas modalidades Laço Comprido, Laço Dupla, Laço Irmão, Equipe, Individual e Prova da Ordenha. Na prova da Ordenha é 30 vezes campeão invicto juntamente com Amauri Rigo e foi oito vezes campeão do Laço Patrão de CTG, além de algumas conquistas individuais. “Uma das premiações mais importantes para mim é o Braço de Ouro, que venci em Xavantina”. Os treinos para sustentar a habilidade acontecem nos finais de semana. “CTG para mim é muito importante, porque é um lugar de respeito e porque gosto de laçar. Quando comecei, meu pai largava os bois de canga para eu laçar. Na época não tinha vaquinha mecânica e uma cancha, então era difícil fazer os treinos. Depois que comecei a participar, o Climar dos Santos, que me levava nos rodeios, me ensinou os ‘reboleio do laço’ e também fazia as inscrições nas modalidades. Hoje, incentivo meus filhos”.
João Cassiano Dargas participa das competições desde os quatro aninhos. Lá se vão dez anos nesta jornada. “Meu irmão Dalmir quis que eu aprendesse a laçar. Ele sempre me incentivou e era quem me levava aos rodeios”. Foi pelas mãos do irmão que o pequeno João encontrou os trilhos da tradição, pois com apenas dois aninhos e dez meses precisou dizer adeus ao pai, que foi morar nas coxilhas celestiais. Joãozinho compete nas modalidades Laço Guri, Laço Irmão, Laço Quarteto, Dupla e Individual. Às vezes também disputa o Laço Piá e Guri. “Minha conquista mais especial é o primeiro troféu no gado e o quarteto, porque venci ao lado do meu irmão”, comenta, cheio de orgulho.
O menino peão também costuma se dedicar aos treinos nos finais de semana. “O CTG é um lugar que me sinto bem. Lugar de respeito e também porque gosto demais de laçar”. Recorda que “quando comecei, meu irmão sempre puxava a vaquinha mecânica para eu treinar”.
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