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Um vilão silencioso

  • - Marcelo Moreno é oncologista em Chapecó

SAÚDE Câncer de pele atinge milhares de pessoas a cada ano e ações preventivas são fundamentais. Exposição ao sol de forma exagerada e sem proteção está diretamente atrelada à doença.

O câncer de pele continua figurando entre os maiores desafios da saúde pública. Às vésperas da chegada do Verão, a estação mais quente e ensolarada do ano, cresce o alerta para a importância da prevenção e dos cuidados diários, já que a maior exposição ao sol eleva significativamente o risco de desenvolvimento da doença.
A reportagem ouviu nesta semana o oncologista de Chapecó, Marcelo Moreno, para aprofundar o assunto. Conforme o especialista, existem três tipos de câncer de pele mais comuns e que estão atrelados à exposição da luz solar e aos raios ultravioletas emitidos pelo sol, principalmente o ultravioleta tipo B. “Mas há um componente do ultravioleta tipo A que age como coadjuvante nessa formação dos cânceres de pele, que é também utilizado nas câmaras de bronzeamento”.
O câncer mais comum e menos agressivo é o carcinoma basocelular. “A maior parte deste tipo de câncer, cerca de 98%, não tem potencial para invadir vasos sanguíneos e enviar metástase para outros órgãos, embora tenha um comportamento maligno local. Ou seja, onde ele surge destrói”. O segundo tipo é o espinocelular, intermediário entre o basocelular e o melanoma. “Este pode ser agressivo em alguns locais ou pode ser de uma forma mais indolente, dependendo muito da diferenciação celular”. O terceiro é o melanoma com incidência alta na região, o mais agressivo e em determinados casos não tem cura. Ressalta que o diagnóstico precoce é a chave para o tratamento e a cura de todas as neoplasias.
O oncologista explica que os fatores de proteção e prevenção não mudam e são essenciais, como uso diário de protetor solar de amplo espectro (UVA/UVB) a partir do fator 30. Deve-se aplicar 30 minutos antes da exposição ao sol até duas vezes ao dia, mesmo quando estiver nublado. Também é orientado usar chapéu de aba larga, óculos de sol com proteção UV com certificação para evitar câncer ocular e roupas com trama fechada ou com proteção UV. Além disso, evitar a exposição solar entre 10h e 16h, quando a radiação UV é mais intensa.
Marcelo Moreno destaca que todas as pessoas são vulneráveis ao problema. “Mas a ação danosa, que inclusive pode representar risco para a vida toda, é em crianças e adolescentes. Então, o máximo de atenção nesse grupo. Porém, todos nós devemos nos proteger”.
O especialista alerta que é importante observar alterações na pele. “Se a pessoa perceber que há uma lesão que anteriormente não tinha, ou havia mas que começou a se desenvolver, mudou de cor ou tem sangramento ou lesões avermelhadas, ou que cresce rapidamente com escamação, deve -se procurar um médico para exames”.

Erros comuns

O oncologista de Chapecó, Marcelo Moreno, esclarece que dentre os erros mais comuns e prejudiciais estão a falta de proteção adequada, especialmente por não reaplicar o protetor solar, o pouco uso de acessórios que bloqueiam a incidência direta dos raios solares, como chapéus e óculos, e a negligência em áreas mais expostas, como pés e pernas, muitas vezes ignoradas por acreditarem que não sofrerão queimaduras. “São regras simples que, às vezes pela pressa, acabam comprometendo a saúde. E reforço mais uma vez a necessidade de cuidado especialmente em relação às crianças e aos adolescentes”.

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