Chuvas um pouco abaixo da média

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- Mês de janeiro deve terminar com menos precipitação do que o normal
Fenômeno deverá ter baixa intensidade nos próximos meses
As chuvas no Oeste catarinense deverão ficar um pouco abaixo da média nos meses de fevereiro e março. O fenômeno La Niña está previsto para ser de baixa intensidade em todo o Sul do Brasil.
Conforme a meteorologista da Epagri/Ciram, Marilene de Lima, o La Niña é o mapeamento das condições atmosféricas e oceânicas em uma determinada área do Pacífico. “Ou seja, é o monitoramento do aquecimento das águas no Pacífico Equatorial, onde há uma condição normal de temperaturas na superfície do mar. Se houver anomalia positiva ou negativa ao que geralmente é observado, aí dizemos se estamos em El Niño ou La Niña. Associado a esta condição, há a formação de nuvens carregadas na Indonésia e enfraquecimento ou fortalecimento dos ventos na altura do Equador, entre outras situações. Esse emaranhado de ocasiões contribui para configurar os fenômenos”.
Marilene de Lima explica que o que está acontecendo no momento é o resfriamento das águas do Pacífico, ou seja, uma anomalia negativa. Isso não vai se estender por cinco meses consecutivos, que seria o esperado para o La Niña se consolidar. Com isso, a condição é de temperaturas mais baixas para o período. “Como reflexo disso, no centro e Sudeste do Brasil a gente vê as chuvas fortes e persistentes. Além, claro, do Litoral catarinense, que sofreu com as fortes chuvas”.
A meteorologista destaca que No Sul do país o La Niña costuma causar estiagem. “Isso é mais sentido na região Oeste. Como o fenômeno não está consolidado, pois precisa dos cinco meses das combinações climáticas já citadas, o que esperamos é um comportamento alternado”. Ela lembra que em janeiro já houve diminuição de chuvas no Oeste. “Mesmo assim, as precipitações não estão tão abaixo do esperado por causa de passagens de frentes frias. Então, podemos prever que em fevereiro e março as chuvas fiquem um pouco abaixo da média esperada. Em números, seriam esperados 200 milímetros. Janeiro vai fechar já com precipitação abaixo do normal. Os valores estão dentro do padrão para o fenômeno. Porém, se isso persistir por cinco meses consecutivos, o impacto será bem maior. Recomendamos que as pessoas sempre acompanhem as atualizações e informações sobre o clima”.
SEARA
O secretário da Agricultura de Seara, Renato Tumelero, lembra que a região enfrentou três anos de estiagem delicada. O apoio do município foi fundamental, com a frota de caminhões transportando água. “Aprendemos a lidar com essas dificuldades. Esse La Niña pode até não ocorrer, pois o previsto é só até o fim de março. No entanto, deverá ser anunciada a nova Comissão da Defesa Civil, que deverá apresentar o Plano de Contingência para estes momentos necessários. A nossa primeira safra transcorreu dentro da normalidade. Esperamos que a safrinha não sofra”. Não houve até o momento necessidade de transporte de água ao interior devido ao La Niña.
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