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Preços do leite e do feijão seguem em alta

O feijão tomou o lugar do tomate como alimento que anda pesando mais no bolso dos brasileiros, mas especialistas apontam que o leite, produtos à base de milho e o arroz são os itens que podem causar mais preocupação nas próximas semanas.

O clima é fator comum em todas as altas. A distribuição irregular de chuvas e o frio rigoroso neste ano prejudicou a produção dessas culturas em vários estados do Brasil. O gerente da área de grãos da Copérdia, Flávio Zenaro, explica que a região não tem representatividade na produção de feijão. "No passado se produzia muito feijão por aqui, porém as condições de topografia contribuíram para que, a produção acabasse migrando para os outros estados, onde é possível produzir em larga escala. O que se percebe é que o excesso de chuva comprometeu a plantação do grão, muito embora o Brasil tem o privilégio de ter três produções durante o ano e a medida que elas vão se confirmando, o mercado vai retraindo".
Zenaro enfatizou que várias regiões foram afetadas pelo frio e pela geada. "A adversidade climática tem um impacto muito grande nas culturas. Temos que confirmar boas safras para que o quadro se normalize. A gente acredita que serão necessários ainda seis meses no mínimo para que a situação volte ao normal".
Proprietário de supermercado em Seara, Ernani Longhi destaca que, analisando os dados de compras da empresa, é possível observar um aumento significativo do feijão e do leite principalmente. "Fiz uma análise do dia 17 de maio ao 29 de junho. Uma marca de feijão subiu 75% e a outra, 51,20%. Na média dá 60% de aumento no distribuidor".
A justificativa, segundo ele, são as questões climáticas, falta de estoque regulador e a exportação. De acordo com Ernani, o aumento ao consumidor ainda não foi significativo em função do estoque da empresa, mas nas próximas semanas devem ser praticados novos preços. Enfatiza que aos poucos o cliente já tem mudado os hábitos de compras, optando por marcas mais baratas. "A redução é automática. O pessoal começa a migrar para marcas mais baratas e em alguns casos para de comprar mesmo. Em praticamente tudo houve uma retração de quantidade". Por enquanto o quilo do feijão preto, que é mais utilizado na região, está variando entre R$ 5,65 e R$ 6,99, mas enquanto durarem os estoques. A tendência é de novos aumentos ocorram nas próximas semanas. Há regiões, no entanto, onde o preço se aproxima de R$ 10.
Sobre o leite, o empresário declarou que o aumentou ficou em torno de 46% entre 2 de maio e 2 de julho. No ano o incremento já chega a 56% no valor pago ao distribuidor. "São aumentos fora da realidade". Atualmente, o litro do leite está custando de R$ 3,99 a R$ 4,19, concluiu Longhi.
Menos compras
A moradora do bairro São João, Nilza Batista, diz que para não sofrer com o reajuste do feijão fez um pequeno estoque do produto em casa. "Acredito que tudo aumentou, mas o que causa espanto é o preço do leite". Como o produto não permite ter grandes estoques, segundo ela, a saída é diminuir o consumo.

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