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Alerta sobre praga que compromete a citricultura

  • - Armadilhas foram instaladas na semana passada

Especialista José Luiz Fontanella esteve em Seara numa parceria com a Epagri.

A Epagri de Seara está monitorando um inimigo potente da citricultura: o Greening, também conhecido como Huanglongbing e HLB. Esta é a mais destrutiva doença dos citros no Brasil e a maior ameaça à citricultura mundial.
Neste momento, de acordo com informações do engenheiro agrônomo da Epagri de Seara, Elvio Izaías da Silva, estão em monitoramento quatro pomares de laranjas em propriedades de linhas São Pedro, Treze de Maio, Rui Barbosa e Dom Pedro I, com armadilhas que foram instaladas na semana passada. No ano que vem serão mais quatro pontos monitorados.
A reportagem do Folhasete conversou nesta semana com o técnico da Epagri e líder do Projeto Horticultura da UGT2, José Luiz Fontanella, de Alto Bela Vista. Ele explicou que as armadilhas servem para identificar a presença do Psilídeo Diaphorina Citri, o inseto vetor do HLB. O processo para detecção leva em média 45 dias. A cada 15 dias as armadilhas presas às plantas, uma espécie de cartela de papel colante de cor amarela, são substituídas e enviadas para análise em laboratório. São três cartelas no total.
Foram feitas ainda entrevistas para diagnóstico da propriedade e sobre o conhecimento dos citricultores sobre a praga. “Além disso, será feita nestas propriedades uma varredura nas plantas para verificar sintomas dessa doença, que chamamos de mosqueamento das folhas”. Fontanella esclarece que os sinais de ataque incluem amarelamento das folhas, geralmente em uma parte da planta, que pode ser confundida com uma deficiência nutricional. “A diferença é que na face da folha, se dividida ao meio, aparece somente em uma das metades, ao contrário de quando o problema é nutricional”.
Nas vistorias dos pomares, caso apareçam vestígios do problema a planta é marcada e ocorre também a coleta de uma amostra para análise. O próximo passo, conforme o profissional, é realizar uma contraprova no pomar. Caso haja a confirmação, as plantas serão removidas para evitar a proliferação da doença.
O Greening ataca todos os tipos de citros e não há cura para as plantas doentes. Como consequência, as árvores novas afetadas não chegam a produzir e as adultas em produção sofrem queda prematura de frutos e definhamento ao longo do tempo. A bactéria Candidatus Liberibacter Asiaticus é, atualmente, a principal causadora da doença no Brasil, presente em mais de 99% das plantas doentes. O inseto vetor tem coloração branca acinzentada e manchas escuras nas asas, com dois a três milímetros de comprimento.
O controle, segundo o técnico da Epagri, por não se tratar de uma praga nativa da região, a recomendação é que os produtores adquiram somente mudas sadias, preferencialmente de viveiros com certificado de procedência. Ele alerta que é importante evitar o transporte em caixarias ou materiais de fora da propriedade, pois podem conter o inseto. “É fundamental ainda fazer os tratamentos fitossanitários, seguindo a determinação do agrônomo para prevenir problemas”.
Essa pesquisa está acontecendo em todo Estado, nas regiões produtoras de citrus, não somente nas laranjas, mas também nas tangerinas, pois em São Paulo há grande infestação. No Paraná e em Santa Catarina, nos municípios que fazem divisa com estado vizinho, a doença foi identificada pela Cidasc. “Fazer o controle cedo vai impedir a proliferação por aqui”.

Monitoramento

José Luiz Fontanella orienta os demais citricultores que não estão em monitoramento para que, caso percebam sintomas diferentes eu seus pomares ou parecidos com o que foi citado, procurem os profissionais da Epagri ou da Cidasc. “Os produtores não precisam se alarmar, pois é uma questão de prevenção”, finaliza o especialista.

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