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Cuidados com as plantas garante produtividade

  • - Variedades como as parreiras precisam de poda e tratamento prévio

Especialista dá dicas para reduzir os impactos das baixas temperaturas.

O Inverno é uma época bastante delicada. Especialmente para as plantas e cultivos em geral, os dias mais escuros, com menos sol, aumento da incidência de umidade, os ventos fortes e a possibilidade de geadas podem deixá-las enfraquecidas, menos produtivas e mais suscetíveis às doenças e pragas.

A reportagem do Folhasete conversou com o engenheiro agrônomo, extensionista rural da Epagri de Seara e mestre em Agroecossistemas, Elvio Izaias da Silva, em relação aos cuidados específicos e essenciais com as espécies neste período. Principalmente em se tratando das frutíferas, ele alertou para os impactos das chuvas volumosas do ano anterior, que prejudicaram severamente essas plantas, aumentando a incidência de doenças fúngicas devido ao clima quente e úmido. “Quem trabalha com pêssego, por exemplo, deve ter percebido que aconteceu uma doença chamada podridão parda. Um dos sintomas é que aquele fruto apodreceu e ficou grudado nos galhos e ainda está lá. Os esporos dos fungos ficam ali mumificados e, agora, conforme vem a condição de umidade e calor, principalmente quando chegarmos na Primavera, esses esporos vão germinar e atacar novamente essa cultura”. Para mitigar o problema, recomenda a retirada dos frutos mumificados da planta e do pomar.

Neste momento, começo do Inverno, explica que as plantas, especialmente as de clima temperado que perdem as folhas, necessitam de tratamentos prévios utilizando a calda sulfocálcica que ajuda a eliminar fungos e bactérias. O tratamento pode ser aplicado nas mais variadas espécies de frutíferas. No entanto, nas que estão em floração, convém aplicar uma dosagem mais fraca, em torno de 0,25% da dose concentrada, para não ter abortamento de flores. “É importante utilizar essa calda agora que as plantas estão em estágio de dormência fisiológica, o que vai reduzir o inóculo da doença enormemente”. A mesma orientação serve, segundo o especialista, para o pêssego, uva, ameixa, caqui, entre outras variedades.

A retirada dos chamados ramos ladrões é mais um passo relevante nesse processo que pode ser feito agora ou na poda seca, entre julho e agosto. “São os ramos com excesso de vigor que cresceram muito no último período, que tem uma característica peculiar, pois geralmente crescem na vertical. Eles não produzem e acabam drenando o vigor da planta”.

Estamos nos encaminhando para o final do período produtivo das plantas cítricas, onde ocorreu em quase todas as plantações a queda dos frutos em função das moscas das frutas. “A mosca tem um ciclo e para combatê-lo o ideal é retirar os frutos caídos do pomar e enterrá-los numa profundidade de pelo menos 40 centímetros, impedindo que esse inseto se prolifere e volte a atacar”.

Com relação às podas, reforça que esta é uma das técnicas culturais mais importantes às plantas de clima temperado. A indicação é de que se faça na primeira quinzena de agosto para, quando começar o florescimento lá pelo mês de outubro, quando reduz a probabilidade de geadas na região, se tenha um desenvolvimento pleno da brotação e floração, garantindo boa produção das espécies.

A tendência, com o clima propenso a menor quantidade de chuvas pela incidência do Fenômeno La Niña, é de que a próxima safra seja de melhor qualidade produtiva. “Realizando a poda e o tratamento preventivo utilizando a calda sulfocálcica à base de enxofre, recomendada também para agricultura orgânica, se usada corretamente nas plantas em dormência vai reduzir em 90% o inóculo de doenças, que não vão aparecer ou aparecerão com menor severidade a partir da Primavera, quando começa a brotação. Por isso é muito importante realizar o tratamento de Inverno”.


Orientação

O Engenheiro Agrônomo da Epagri, Elvio Izaias da Silva, aconselha aqueles que planejam renovar o pomar a adquirir mudas de viveiros certificados. Segundo ele, o sucesso da fruticultura começa pela escolha da muda. Plantas sem procedência podem estar infectadas por doenças. Justifica que os viveiros certificados pelo Ministério da Agricultura, fiscalizados pela Cidasc, fornecem material de qualidade assegurada. Após selecionar cuidadosamente a muda, o passo seguinte é preparar adequadamente o solo.

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