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EDUCAÇÃO - Municipalização de escola gera polêmica

  • - Educandário pertencerá ao município a partir de 2025

ROSINA NARDI Decisão foi comunicada aos pais e professores durante reunião nesta semana.

Pais de alunos da EEBN Rosina Nardi, de Seara, estão mobilizados para evitar que o educandário seja transferido do Estado para o município. Hoje, a instituição, que pertence ao Estado, tem gestão compartilhada com o município.
A decisão foi comunicada nesta semana aos pais e professores. Pela nova proposta de ensino, a EEBN Rosina Nardi ficará apenas com os alunos da educação infantil e do Ensino Fundamental 1. Os estudantes do Fundamental 2 e do Ensino Médio seriam transferidos para a EEB Seara. Já os alunos do Ensino Fundamental 1 da EEB Seara serão realocados para a Rosina Nardi.
A coordenadora regional da Educação de Seara, Sandra Anater, explicou que a atual estrutura da Rosina Nardi não suporta o crescimento da demanda do 6o ao 9o ano e do Ensino Médio. As discussões para implementação da mudança vêm desde 2019, segundo ela. “A decisão é do Estado em parceria com o município. Não é apenas uma decisão administrativa, mas pedagógica”. O objetivo é transformar a Rosina Nardi em uma escola de ensino infantil e fundamental de séries iniciais. “Há uma lei federal que determina que o ensino infantil e dos anos iniciais é de responsabilidade dos municípios”. A ideia é que futuramente os alunos do 1o ao 5o ano da EEB Raimundo Corrêa também sejam deslocados para a Rosina. Conforme Sandra Anater, essa mudança fará com que o município receba mais recursos para investimentos nesta faixa de ensino. O município receberá do Estado o prédio da Rosina e da Escola Batista Paludo, de Caraíba. A coordenadora rechaçou as críticas de que o anúncio da mudança tenha sido feito logo depois das eleições. “Fizemos agora porque precisamos fazer todo o processo de matrículas para o ano que vem”. Acrescentou que “Seara é o único município da Regional com escolas estaduais atendendo o ensino fundamental 1”.
Já a secretária da Educação de Seara, Fabiana Mariani, lembrou que em 1998, quando da nucleação escolar, também houve reclamações, mas o processo promoveu avanços na educação. “Vamos agora fazer essa nova grande mudança, que é a municipalização do Ensino Fundamental”. A secretária acredita que esta redistribuição promoverá um trabalho com resultados melhores em cada fase do desenvolvimento dos alunos. “Caraíba inclusive sonhava com isso, em ter uma Escola Núcleo, um local que no passado chegou a ser ameaçado de fechamento”. O transporte escolar também será readequado para atender esta nova demanda.

Posição dos pais

Pais de alunos que estudam do 5o ao 9o ano e no Ensino Médio, insatisfeitos com a mudança, procuraram o Ministério Público na última quinta-feira. Neste sábado eles se reúnem às 14h, no barracão do bairro São João, para decidir as próximas medidas a serem tomadas. Pais que procuraram a reportagem do Folhasete durante a semana alegam que sequer foram ouvidos sobre a mudança. O vereador Adão Kronbauer, que tem uma filha que estuda no educandário, disse que os pais não concordam com a mudança, que pode provocar transtornos às famílias e prejuízos pedagógicos aos estudantes, e que não medirão esforços para reverter a decisão do Estado e do município.


Grupo de pais e alunos envia nota à redação do Folhasete

Ontem um grupo de pais e alunos enviou uma nota ao jornalismo do Grupo Belos. O documento, que está publicado na íntegra no Portal Belos F7, retrata o descontentamento de parte da comunidade escolar. A nota destaca que a mudança anunciada aconteceu sem a participação de alunos e pais, que não tiveram espaço para se manifestar nas reuniões realizadas pela Coordenadoria Regional de Educação. Além disso, pais de alunos da 5o ano, que também serão afetados pela mudança no ano que vem, não foram convidados para o encontro. “Com todas essas ações, notou-se um descontentamento principalmente dos pais, pois em nenhum momento foram tratados respeitosamente ou possuindo opção de escolha”.
Além disso, o grupo levantou pontos negativos sobre a municipalização, como a superlotação das escolas; a dificuldade dos professores de controlarem um maior número de alunos dentro da sala de aula; o abalo emocional e psicológico com a quebra de vínculos entre os alunos; a falta de transportes adequados para comportar a quantidade de alunos; os gastos com projetos, principalmente do ensino médio, sendo comprometidos; e os investimento do Estado, a exemplo das reformas na fiação elétrica, nos banheiros e a aquisição de mesas e cadeiras novas, sendo desconsiderados.

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