Epagri reforça mobilização contra cigarrinha do milho
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- Engenheiro Agronômo Nei Carlos Wobeto orientou os produtores sobre a praga
SEMINÁRIO Encontro em Seara reuniu especialistas e produtores rurais.
Foi realizada na tarde da terça-feira, 14, no CTG Seara e Pampa, uma capacitação voltada aos produtores de milho de Seara e região. O foco principal foi a incidência da cigarrinha do milho, praga que tem causado grandes prejuízos nas lavouras do cereal.
Houve palestra com o engenheiro agrônomo da Epagri de Ipira e pesquisador da cultura do milho, Nei Carlos Wobeto. Ele abordou temas relacionados à cigarrinha, com estratégias de manejo, além da proliferação do inseto, prejuízos, meios de combate e orientações aos produtores. O pesquisador fez um apanhado geral e levantou o histórico dos prejuízos já causados pela cigarrinha. “Ela começou a aparecer na nossa região na safra 2020 /2021. A cigarrinha pegou todo mundo de surpresa, mas não caiu do céu de uma hora para outra. Ela foi migrando de um lugar para outro”. Ele lembrou que a presença da praga no Brasil existe desde 1950, mas acontecia em quantidades pequenas. Em 1990 foram detectados relatos dos primeiros prejuízos no Centro-Oeste e em São Paulo.
Nei Wobeto também falou sobre o combate ao inseto. “Eu não acredito em receita pronta, mas todos precisam saber como funcionam as coisas, interpretar o que a lavoura está dizendo e fazer a própria receita. Que vocês aprendam como vive e a forma de conviver e combatê-la”. O especialista enfatizou que “a cigarrinha transmite uma bactéria que causa enfezamento vermelho e pálido nas plantas, principalmente nas folhas do milho, e também transmite um vírus para a planta. A gente só percebe quando o milho já está com um estágio bem avançado”.
O ataque das cigarrinhas prejudica o desenvolvimento das plantas e, consequentemente, a produção. “Ela prefere o milho verde, mais novo, e ao transmitir as doenças ocasiona uma falta de grãos nas espigas. Pode provocar um prejuízo de até cem por cento”, alerta Nei. Com relação ao controle, destacou a aplicação de inseticida na hora certa. “Quanto mais cedo ela atacar a planta, maior será o prejuízo. É uma doença de ciclo longo e o inseticida deve ser aplicado nos primeiros dias da planta”.
O ciclo de vida da cigarrinha do milho dura cerca de 70 dias. Cada fêmea pode colocar 14 ovos por dia e entre 400 e 600 em toda a sua vida, infestando as lavouras. Nei Wobeto informou ainda que a cigarrinha não nasce com a doença. Ela precisa picar uma planta doente e aí vai espalhar para outras, transmitindo as bactérias e o vírus, por isso é importante o vazio sanitário e eliminar o milho guacho, que nasce por conta própria após a colheita das lavouras. Por fim, o engenheiro agrônomo da Epagri enfatizou que “a cigarrinha do milho veio para ficar. Ela não vai desaparecer e as medidas de controle precisam ser adotados por todos”.
Para o produtor André Fabrin, de Caraíba, “o evento foi muito importante e esclareceu muitas dúvidas, inclusive a orientação do vazio sanitário, que é importante fazer para eliminar as cigarrinhas”. Para o secretário da agricultura de Seara, Renato Tumelero, “apreendemos mais um pouco sobre esse inseto, que apareceu em 2020 prejudicando a produção. O objetivo é que essa praga não cause tanto prejuízo”.
Parceiros
O evento contou com boa participação dos produtores e foi uma realização da Epagri, Secretaria da Agricultura de Seara, Copérdia, Banco do Brasil, CrediSeara, Sicoob, Sicredi, Cresol e Sintraf.
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