Searaense Jéssica Cosmann Bolsi, 31 anos, é mais uma jovem que enfrentou o câncer.

Há histórias que nos inspiram e nos mostram a força incrível que reside dentro de cada um de nós. A searaense Jéssica Cosmann Bolsi, 31 anos, é um belo exemplo de bravura, determinação e fé.
Jéssica é casada e mãe da pequena Maria, de apenas cinco meses. É engenheira sanitarista e ambiental, mas atualmente se dedica ao próprio negócio, a produção de cerâmicas artesanais. Ela reside na Capital do Trabalho há vários anos e em 2016 foi eleita Miss Concórdia.

No ano passado, enquanto curtia a tão sonhada gravidez, percebeu o surgimento de nódulos em seu pescoço. Em função da gestação o diagnóstico não foi imediato, pois sua condição impedia a realização de muitos exames. Após cerca de dois meses, várias consultas e a necessidade de uma biópsia, recebeu a confirmação do câncer, o Linfoma de Hodgkin.

A doença se origina nos linfonodos (gânglios) do sistema linfático, um conjunto composto por órgãos, tecidos que produzem as células responsáveis pela imunidade e vasos que conduzem estas células através do corpo. Este tipo de câncer pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas é mais comum na idade adulta jovem, dos 15 aos 40 anos. Conforme Jéssica, quando o diagnóstico se confirmou o câncer já estava no corpo inteiro, no grau de estágio quatro. “Era o estágio máximo da doença, mas não era agressivo, então eu consegui ir quase até o final da gestação. A Maria nasceu um pouco prematura, mas deu tudo certo. Assim que ela nasceu, já coloquei o catéter e dez dias depois comecei a quimioterapia”.

O início do processo foi bem delicado e difícil. A primeira reação, segundo ela, foi de susto, medo e insegurança. “Acredito que para todos que recebem o diagnóstico de câncer a primeira ideia que vem à cabeça é que a gente vai morrer. Depois, ouvindo as opiniões médicas, a gente vai entendendo a doença, o tratamento e o protocolo. Foram dias bem difíceis, desafiadores, porque demora para assimilar, aceitar e contar para os familiares. A aceitação é delicada e demorada, mas é crucial e importante”.

Jéssica passou por dez sessões de quimioterapia vermelha, conhecida por ser mais forte e com efeitos colaterais mais presentes. “São dias intermináveis, muito dolorosos, difíceis e desafiadores, mas eles passam”. Uma das reações adversas que teve durante o tratamento foi a queda do cabelo. “Caiu tudo no primeiro mês de quimio. Nos primeiros dias foi difícil, passei dois dias chorando a cada vez que me olhava no espelho. Depois aceitei e vi a queda de cabelo como a minha cura. Graças a Deus estava caindo o cabelo, isso significava que o tratamento estava fazendo efeito. Então, a aceitação dessa nova fase também é importante. Quando você encontrar alguém sem cabelo ou com lenço na cabeça, entenda que ela está passando por um processo de cura e que não é uma sentença de morte”, comenta.

Após todo o processo, a jovem hoje celebra a cura do linfoma. “Hoje eu vejo o câncer como uma doença curável, que é uma das mais estudadas na medicina e as taxas de cura estão cada vez mais altas. Também sei que tem muito de Deus nisso tudo, porque foi muito tumultuado, mas sei que Ele me guiou e me deu a cura. Deus nos abençoa a cada amanhecer, então que a gente saiba valorizar cada novo dia. Todos os dias são especiais. Poder levantar e ter saúde é ter tudo!”.

Agradecimento

Jéssica faz questão de agradecer os familiares. “Eu só consegui porque tive toda a minha família muito unida me ajudando (minha e do meu marido), e os amigos muito presentes, tive uma rede de apoio sensacional. Sou grata por ter pessoas que me apoiam em todos os lados, muitas pessoas que eu nem conheço e outras que se aproximaram muito e oraram quando ficaram sabendo do meu diagnóstico. Sempre falo que na dor, a gente aprende a reconhecer quem é de verdade”.