Preocupação com registro positivo da doença

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- Preocupação com caso confirmado em granja comercial
Caso suspeito em granja de Ipumirim foi descartado em exames.
A confirmação na sexta-feira, dia 16, do foco de influenza aviária no Rio Grande do Sul, tem gerado dúvidas gerais sobre a doença. Os casos confirmados foram em uma granja avícola de reprodução, em Montenegro, e em aves silvestres no Zoológico de Sapucaia do Sul. É o primeiro caso da doença em aves comerciais do Brasil. Em Santa Catarina, casos suspeitos em Ipumirim e Chapecó foram descartados. Há investigação de uma suspeita em Concórdia.
No plano global, a circulação do vírus ocorre desde 2006, principalmente na Ásia, África e no norte da Europa. Ao longo desses 20 anos, portanto, o Brasil conseguiu evitar a entrada da enfermidade na avicultura comercial.
Em Santa Catarina, diante da gravidade do caso confirmado no Estado vizinho, a Secretaria da Agricultura e Pecuária (SAR) e a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) publicaram Nota Técnica com medidas sanitárias para garantir a biosseguridade da produção catarinense e dar segurança aos países importadores. Os produtores devem reforçar as medidas de biosseguridade e proibir visitas de pessoas alheias ao sistema de produção.
A China foi o primeiro país a suspender totalmente a compra dos produtos avícolas do Brasil após o caso de gripe aviária. Em seguida, outros 62 países, incluindo os da União Europeia, adotaram a mesma medida. Japão, Emirados Árabes Unidos e as Filipinas restringiram a importação de produtos avícolas apenas oriundos da região afetada pelo foco da gripe aviária. O Ministério da Agricultura acredita que o Brasil poderá voltar a exportar para estes países em menos de 60 dias. O prazo para que as propriedades que tiveram casos provem que estão livres do vírus é de 228 dias, quando são realizados novos testes. Em Santa Catarina 14 frigoríficos tiveram as vendas suspensas. A unidade de Seara vende para a China especialmente miúdos de frango, mas exporta outros produtos para alguns países que suspenderam as compras do Brasil.
Desde que o primeiro caso foi confirmado, a população ficou com uma série de dúvidas. Listamos perguntas e respostas com base em informações da Organização Panamericana da Saúde.
O que é a influenza aviária?
A influenza aviária, comumente conhecida como gripe aviária, é uma doença causada por vírus influenza originários de aves. Esses vírus pertencem à família Orthomyxoviridae e incluem o A(H5N1). Eles afetam principalmente aves, mas também foram detectados em mamíferos, incluindo bovinos. A gripe aviária raramente afeta humanos.
Há risco de contaminação para os seres humanos?
O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves ou mamíferos infectados, vivos ou mortos. A infecção pode acontecer pelo contato direto ou indireto com aves infectadas, por meio de aerossóis, secreções respiratórias, fezes, fluidos corporais ou superfícies contaminadas. A doença não é transmitida por alimentos bem cozidos ou preparados corretamente e a transmissão entre pessoas é muito limitada.
Há risco de contaminação para outros animais?
A influenza aviária é uma doença viral que afeta principalmente aves, mas também pode infectar mamíferos. A transmissão ocorre pelo contato com aves doentes e também pela água ou pelos materiais contaminados.
É seguro consumir carne e ovos de aves?
O consumo de carne de aves e ovos armazenados em casa ou em pontos de venda é seguro, já que a doença foi detectada em uma granja voltada para a reprodução. A população pode se manter segura, não havendo qualquer restrição ao seu consumo.
A vacina contra a gripe (influenza) protege contra a gripe aviária?
Não. A vacina contra a gripe sazonal não protege contra a gripe aviária. A vacina da gripe é atualizada todos os anos para proteger contra os principais vírus da gripe que circulam entre humanos, como os tipos A (H1N1 e H3N2) e B. Já a gripe aviária é causada por vírus diferentes, como o H5N1, que normalmente afetam aves e raramente infectam pessoas.
O que fazer se encontrar aves doentes ou mortas?
- Não se aproxime, alimente ou toque em animais silvestres, nem tente socorrê-las;
- Não deixe cães, gatos e outros animais domésticos se aproximarem;
- Em casos suspeitos, entre em contato com a Secretaria da Agricultura ou a Cidasc.
O que pode ser feito para prevenir e reduzir o risco de infecção entre profissionais que manipulam aves?
Além de conhecer os protocolos, esses profissionais devem ter equipamentos de proteção adequados para o manuseio de aves, incluindo roupas de proteção específicas para essas tarefas, bem como luvas e máscaras. Além disso, o governo do Estado está orientando, com especial atenção, os avicultores sobre os cuidados necessários.
Quais os principais sintomas nas aves?
Entre os principais sintomas apresentados nas aves estão alta mortalidade, dificuldade respiratória, torcicolo e falta de coordenação, crista e barbela inchadas e roxas, secreção nasal e ocular, espirros, dificuldade de locomoção e diarreia.
O que fazer em caso de qualquer suspeita de aves contaminadas?
Todas as suspeitas de influenza aviária, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves devem ser notificadas imediatamente à Secretaria da Agricultura ou a Cidasc.
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