Seara sedia seminário para produtores

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- Juliano Domingues falou sobre práticas, técnicas e normas
Atividade tem grande potencial de crescimento no município e na região.
Foi realizado na tarde da terça-feira, dia 27, no Auditório João Furlanetto, anexo à Secretaria da Educação de Seara, o Seminário de Piscicultura, que teve como objetivo a troca de informações sobre manejo, produção e comercialização de peixes. O evento também atualizou os produtores quanto às normas ambientais para a construção de açudes e viveiros.
O Seminário foi voltado aos produtores de peixes e promovido pela Prefeitura de Seara por meio da Secretaria da Agricultura, além da Epagri e o Instituto do Meio Ambiente (IMA) de Santa Catarina. Na pauta, a palestra com o engenheiro agrônomo que atua na Coordenadoria do IMA de Chapecó, Juliano Vitória Domingues que falou sobre práticas, técnicas e normas do licenciamento ambiental da piscicultura no Estado. “A piscicultura em si não causa um grande impacto ambiental. Ela causa, sim, um impacto local. Ela movimenta solo e afeta a qualidade da água. Mas o próprio processo de cultivo de peixes até qualifica a água, dependendo de como é que ela vem. No entanto, tem um conjunto de práticas a serem adotadas. Existe a possibilidade de fazer açudes ou viveiros em APP adotando um conjunto de ações e o processo de licenciamento”.
Juliano Domingues explicou ainda que à medida que se consegue controlar o entorno do açude ou viveiro e preserva a nascente e o curso hídrico, há uma melhora na atividade e na questão ambiental também. “O IMA é um órgão que orienta. O agricultor contrata um técnico que vai fazer um projeto e encaminhar para o órgão. Essa conversa é importante entre o empreendedor, o consultor e o IMA para o projeto ficar bem organizado e dentro das normas”.
Já o médico-veterinário da Epagri de Chapecó, que atua com piscicultura, Jorge de Matos Casaca, falou sobre os “Sistemas de Cultivo de Peixes”, englobando, espécies, manejo, alimentação, produtividade e comercialização. Na região as espécies mais produzidas são tilápias e carpas. “A tilápia continua predominando e as carpas hoje têm um mercado muito interessante também”. Casaca ainda abordou a alimentação com a ração, vegetais e matéria orgânica. “É o policultivo integrado à produção animal com o uso de dejetos animais para produzir pescado com a fertilização da água. O peixe come o alimento natural. Também tratamos sobre o cultivo com ração, que é o caso da tilápia, e no caso da carpa capim a gente chama de peixe verde, se alimentando de vegetais”. O especialista também ressaltou a importância das feiras do peixe, que são o principal meio de comercialização na região.
O Secretário da Agricultura de Seara, Renato Tumelero, salientou que o Seminário foi realizado com êxito. “A questão do licenciamento nós vimos que é possível fazer. Também expomos a vontade do município estabelecer quatro ou cinco novos viveiros, acompanhando o processo e analisando a viabilidade técnica e econômica da atividade”.
Produção
Conforme os dados apresentados no seminário, estima-se que a piscicultura de água doce catarinense tenha produzido 53.881 toneladas na safra de 2023, sendo que os produtores profissionais foram responsáveis por 76,2% deste montante. O restante foi produzido por piscicultores amadores. O maior volume de produção foi de tilápias, seguido pelo de carpas. Santa Catarina conta com aproximadamente 30.741 produtores de peixes. Seara tem 25 produtores com uma produção média de 13 toneladas de peixes por ano.
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