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Sem medo do pesado e esbanjando vigor

  • - Aos 77 anos de idade, a searaense Oralina Canossa esbanja disposição

Aos 77 anos, dona Oralina Canossa trabalha como borracheira.

É impressionante como a vida dá voltas e algumas pessoas são surpreendentemente resignadas. Pode até ter tempo ruim, mas elas conseguem literalmente fazer de um limão uma deliciosa limonada.

Aos 77 anos de idade, a searaense Oralina Canossa esbanja disposição. Dona Oralina é a primeira borracheira de Seara. Ao lado do marido Ademir, desde dezembro de 2014, ela faz a diferença num universo que sempre foi predominantemente masculino.

Num breve resumo de sua vida, contou que saiu da roça para trabalhar como enfermeira prática com as Irmãs da Congregação São José no Hospital São Roque, na mesma época que atuava o médico Genaro Laitano. Logo depois mudou-se para Porto Alegre com ajuda de um primo, Irmão Marista, porque queria estudar. Morou em casa de família e trabalhava como doméstica. “Lá fiz o Supletivo”. Dali, foi trabalhar numa fábrica de macarrão. “Eu estava bem. Queria ficar, mas minha família quis que eu voltasse”, comenta.

Entre as idas e vindas para a terra natal, nesse meio tempo trabalhou numa Casa de Retiro que pertencia à Diocese de Santo Amaro, em São Paulo. Na cidade gaúcha de Erechim ajudou uma tia por algum tempo, retornou para Seara para trabalhar na eletrônica do irmão Albino e um sócio, foi para o Paraná no município de Terra Roxa, onde lecionou por dois anos, e novamente voltou para cá. Só que, desta vez, para ficar. “De volta a Seara, meu irmão separou do sócio e pediu para eu trabalhar com ele. Ficamos só nós dois como sócios na eletrônica por 32 anos”. Foi ministra da Igreja e também voltou para a sala de aula, mas como estudante. Frequentou o EJA aos 59 anos de idade.

Depois disso, a técnica em eletrônica casou-se com um borracheiro. Foi quando decidiram não só compartilhar a vida conjugal como trabalhar juntos e por conta própria. Em dezembro de 2014 o casal abriu a Borracharia Rally, em Seara. Oralina conta que precisou aprender tudo do zero. “Eu só sabia que o pneu era preto”, brinca. “O Ademir me ensinou tudo. Aumentei a minha bagagem de conhecimento. Na vida, tudo é aprendizado”.

Ambos dão conta do empreendimento. Além da lida na troca de pneus e demais serviços do ramo, é ela quem cuida da parte administrativa do negócio e ainda dá conta de todo serviço de casa. Ainda assim, faz sobrar um tempinho para plantar feijão, arroz, batatinha e alho, entre outras variedades para consumo próprio.

Questionada sobre como se sente, a resposta vem de pronto: “Realizada!”. E justifica: “Tem gente que empaca. Eu tenho orgulho de ser quem sou. Estou sempre pronta a aprender mais, a evoluir. E não tomo nenhum remédio”. Oralina afirma que quer viver muitos anos. “O segredo da minha vida e de qualquer outra pessoa é se dar bem com todo mundo, ser simples, coerente, se manter alegre e ativa, pois a vida é bela para quem sabe viver”.

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