Gelso Lorenço da Silva, 43 anos, ainda não entendeu direito o que aconteceu no fim da manhã da última terça-feira.

Ele trafegava com seu caminhão Ford Cargo placas MIE-4606, de Chapecó, pela rodovia SC-282. Morador de Chapecó, conhecia bem o trajeto em direção a Seara. A viagem estrava tranquila até o motorista passar pelas lombadas eletrônicas. A partir daí, viu o veículo descer de forma acelerada e sem controle.

Gelso diz que teve pouco tempo para pensar em alternativas, mas lembra que dois veículos cruzaram a frente do caminhão no entroncamento e que optou por seguir pela Três de Abril porque uma mulher cruzava a rua Sete de Setembro naquele instante. A última imagem que vem em sua mente anterior ao acidente é de algumas árvores derrubadas pelo caminhão desgovernado e em queda livre. O condutor saiu andando do veículo com a ajuda de bombeios e agentes do Samu e, apesar de aparentemente ter deixado o local consciente, só lembra de ter acordado no Hospital São Francisco, já recebendo atendimento médico.
Quem testemunhou o acidente, acompanhou o resgate ou mesmo flagrou a retirada do que sobrou do caminhão não acredita que alguém possa ter sobrevivido ao impacto. O veículo, que transportava ração para a Aurora, ficou completamente destruído. O caminhão saiu da pista, despencou por dezenas de metros em uma ribanceira, se chocou contra os fundos da Casa de Carnes Dalle Laste e se desmontou no chão. Inacreditavelmente - ou milagrosamente, como prefere dizer seu Gelso - o motorista saiu com poucos ferimentos. A alta aconteceu ainda na noite de terça-feira. Na quinta-feira ele procurou o Hospital Regional de Chapecó com dores no pé e na clavícula. Até ontem à tarde seguia internado. "Não sei ao certo o que houve, mas acho que nasci de novo", disse o condutor.  
Quando recebeu alta, Gelso Lorenço da Silva fez questão de voltar ao local do acidente. "Disseram que saí consciente e caminhando, mas não me lembro deste momento". O caminhão não tinha seguro, mas isso é o que menos importa para ele.