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Fenômeno pode se confirmar?

  • - Preocupação com ventos extremos a exemplo do que ocorreu em 2021

Meteorologista do Ciram/Epagri diz que há risco de eventos extremos

Muito se tem falado sobre a possibilidade de um Super El Niño. O fenômeno, que aumenta o ciclo das chuvas, poderia estar potencializado este ano.
Conforme os principais institutos de meteorologia, para os próximos meses, a previsão é de um El Niño com intensidade moderada a forte, atingindo o pico máximo entre outubro e dezembro. Conforme a meteorologista da Epagri/Ciram, Laura Rodrigues, trata-se mesmo do chamado Super El Niño. Esse fenômeno meteorológico, cujo nome completo é El Niño-Oscilação Sul (Enos), surge do aquecimento das águas oceânicas e castiga com frequência o clima da Terra.

O Inverno terá pouca chuva no mês de agosto, com mais dias consecutivos de sol. O risco de temporal com granizo e ventania ocorre associado à passagem de frentes frias, sistemas de baixa pressão e Sistemas Convectivos de Mesoescala (SCM) mais comuns a partir de setembro e outubro. Em agosto, a média de chuva varia de 110 a 190 milímetros no Oeste, Meio-Oeste e Planalto. Em setembro e outubro inicia a época de chuvas de Primavera, com totais de precipitação mais elevados, variando de 150 a 210 milímetros na região. Em outubro os volumes são os mais elevados do trimestre e variam de 210 a 280 milímetros no Oeste e Meio-Oeste.

O fenômeno El Niño também intensifica os ciclones extratropicais. Na Primavera aumenta o risco de eventos extremos, com chuva forte e totais elevados em curto intervalo de tempo, temporais com forte atividade elétrica (raios), granizo e ventania. A previsão é de pouco frio nos próximos meses em Santa Catarina. Mesmo assim, ainda há possibilidade de formação de geada ampla em determinados períodos.

Para os cereais de Inverno, com destaque para a cultura do trigo, a preocupação de técnicos e produtores é com a previsão de excesso de chuvas para os meses de outubro e novembro, período que coincide com as fases de maturação e colheita da cultura. Já os produtores que não realizam plantio direto sobre a palha poderão ter problemas com erosão a partir do escorrimento das camadas superficiais do solo devido às fortes chuvas previstas.


Tendências

Segundo o analista de socioeconomia e planejamento agrícola da Epagri/Cepa, Haroldo Tavares Elias, a condição de chuva entre próxima e acima da média climatológica esperada para as regiões catarinenses nos próximos meses pode favorecer o cultivo de milho e no desenvolvimento de pastagens, culturas que nos últimos anos sofreram com estiagens. Já para a soja as chuvas em excesso podem favorecer o aparecimento de doenças.

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