Moradores querem mais garantias
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- Estação de tratamento de efluentes aguarda liberação das licenças ambientais
Três poços artesianos de água potável estão próximos à estação de tratamento.
O Folhasete abre espaço neste sábado para a preocupação dos moradores de linha Bernardi, Rosina Nardi, Rui Barbosa e Caraíba com relação ao projeto de tratamento dos resíduos das fossas sépticas localizado às margens da SC-155, em Seara. Na edição do dia 25 de novembro, a reportagem conversou com os sócios da empresa Renovar Tratamento de Efluentes sobre a estrutura e o investimento no local.
Os serviços ainda não iniciaram, pois o empreendimento aguarda a licença de operação do Instituto do Meio Ambiente (IMA). Conforme o projeto, o último processo de tratamento acontece nas valas de infiltração, escavadas com tubos de dreno e compostos por brita para que o efluente tratado escoe para o solo.
A aflição dos moradores é com relação a uma possível contaminação do lençol freático da região, pois há pelo menos três poços artesianos nas proximidades da empresa. Um deles inclusive está localizado a apenas 57 metros do local. Segundo as informações, os poços são de água potável e a única fonte de abastecimento para dezenas de famílias. Uma vez contaminado torna a água imprópria para consumo e utilização nas diversas propriedades rurais que se abastecem da fonte hídrica.
Há cerca de 15 dias, os moradores se reuniram com os sócios da Renovar, o Poder Público e o Ministério Público para esclarecer e discutir a situação. O promotor Willian Valer trouxe o posicionamento do IMA após consulta ao órgão ambiental. Conforme as informações, o Instituto do Meio Ambiente solicitou à empresa responsável estudos complementares, tendo em vista a existência dos poços artesianos na região. Também solicitou que os moradores providenciassem a outorga dos poços que tinham essa pendência.
De acordo com o advogado Fernando Hemckemaier, que representa as famílias envolvidas, “ninguém tem nenhum impedimento para que o empreendimento aconteça. O que o pessoal precisa é de uma certeza absoluta de que a água não será contaminada em momento algum. Ninguém quer correr o risco de contaminar esses poços, visto que é um sistema único praticamente e aí volta-se ao problema de escassez de água”. Fernando afirma que caso isso ocorra inviabilizará dezenas de propriedades rurais. “O impacto disso não tem como dimensionar”.
Repercussão
O assunto também foi discutido na sessão de segunda-feira, 4, na Câmara de Seara. A estação de tratamento só entrará em funcionamento depois de todas as licenças liberadas. Para que isso aconteça, o Instituto do Meio Ambiente exige todas as garantias da Renovar de que não haverá risco de contaminação. A empresa afirmou ao Folhasete que está cumprindo todas as exigências e que a iniciativa vai ajudar a resolver um problema crônico do município. Os moradores seguem acompanhando o caso.
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