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O desafio da imposição de limites

  • - Josiane Bressan afirma que criança precisa de interação social

Psicóloga alerta que os pais precisam ter autoridade com os filhos.

O 12 de outubro marca o Dia das Crianças. Especialistas da área alertam que criança deve ser tratada como tal e cada fase do desenvolvimento deve ser devidamente considerada e respeitada.

O Folhasete conversou com a psicóloga searaense Josiane Savoldi Bressan durante a semana para explorar um pouco mais sobre os deveres dos adultos em relação ao processo de desenvolvimento dos pequeninos e o papel distinto de cada um. “Crianças são seres em desenvolvimento e os responsáveis por proporcionar um desenvolvimento sadio são os adultos. O que tenho visto é justamente os adultos permitindo que quem faça as escolhas sejam as crianças e, cognitivamente falando, elas não estão aptas. Não é por mera questão jurídica que a maioridade legal é aos 18 anos. O cérebro está terminando de se desenvolver somente em torno dessa idade”, destaca.

Josiane ressalta o compromisso dos adultos no processo. “Querer ter um filho é bem legal, bonitinho, especialmente enquanto eles são pequenos. Ser pai ou mãe é bem mais complexo. Há uma diferença significativa entre querer ter filho e querer ser pai ou mãe”.

Tem sido cada vez mais comum na atualidade encontrar crianças com valores invertidos, autoritárias e desrespeitosas. “Parece que boa parte da explicação de crianças com poucos limites e com liberdade exagerada se explica nisso. Crianças autoritárias são aquelas que foram acostumadas a poder escolher o que querem. Se perguntar para uma criança se ela prefere estudar ou brincar, ela vai responder que quer brincar. Seu desenvolvimento cerebral ainda é limitado a prazeres momentâneos. É responsabilidade dos adultos fazer as escolhas por elas”. O mesmo vale na alimentação. “Ela vai escolher ser na grande maioria das vezes apenas alimentos com baixo teor nutritivo, porque nesta idade desejam apenas o prazer imediato. Cabe ao adulto oferecer e incentivar bons hábitos: de relacionamento, alimentação e sono. Todas as atividades das crianças precisam ser orientadas pelos adultos”.


Uso das telas

De acordo com a psicóloga Josiane Savoldi Bressan, a modernidade está entre os fatores que têm trazido prejuízos à infância. “O que tem prejudicado o desenvolvimento biopsicossocial tem sido o tempo na frente das telas. Criança precisa de interação social, movimentar o corpo, descobrir o mundo, usar a criatividade e a espontaneidade. O uso excessivo de telas restringe todas essas funções. Mas é cômodo para os pais, que se isentam de precisar brincar, dar atenção, orientar, passar tempo juntos”.



Respeito ao desenvolvimento para que a relação seja funcional

Em relação à violência contra a infância, a psicóloga Josiane Savoldi Bressan esclarece que essa tem múltiplas faces. Pode ser moral, psicológica ou material, entre outras formas. Não se pode pensar somente na violência física com punições físicas. “Mas sim, as crianças precisam de limites, porém, bater nunca será a melhor forma de estabelecer regras e limites”.
A especialista pontua que pais e filhos enfrentam um período de transição. “Passamos do modelo parental autoritário para o permissivo. Ambos foram tentados e testados e hoje vemos que não deram bons resultados. Explicar para uma criança que ela precisa ou não se comportar de certa maneira é delicado. As crianças não têm o mesmo entendimento e cognição dos adultos. Deixar bem claro a regra tende a funcionar melhor, sem tantas aberturas para que participem das decisões”. Nesse sentido, segundo a psicóloga, o mais indicado é o modelo parental autoritativo. Os pais ainda são a autoridade, mas vão repassando essa condição para os filhos de acordo com as capacidades que eles vão desenvolvendo.
Josiane Bressan reforça que muito do sofrimento dos adultos que chegam no consultório tem suas origens na infância. “Convívio harmonioso não significa que nunca haverá conflitos. Não existe família perfeita. Aprenda a lidar com as dificuldades e ir vivendo cada fase da vida de cada membro da família. As fases das crianças mudam com muita rapidez. Antes de levar seu filho num psicólogo, lembre-se que é o adulto o responsável pelo desenvolvimento da criança e pense se não é você quem está precisando de ajuda nessa bonita missão de criar um filho”.

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