Patrimônio mantido

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- Residência foi construída por Plaumann e vizinhos
Casa de Fritz Plaumann aberta para visitação.
Construída ainda na década de 1950, toda em madeira de cedro e com acabamentos e adequações em alvenaria e metais, a casa do entomólogo searaense Fritz Plaumann guarda um dos maiores acervos da história. Ali está parte da vida e obra do entomólogo que deixou um enorme legado para o mundo.
Restaurado em 2024 após ficar um tempo fechado, o local abriu as portas neste ano para visitação nos finais de semana. Nos demais dias está aberto em períodos pré-agendados tendo o professor e pesquisador Ciro Franke, como responsável pela Casa de Fritz Plaumann.
Conforme os registros, o início da construção da estrutura se deu em 1948 por Fritz, vizinhos e amigos. Foi o quarto lar de Plaumann no Brasil e a terceira moradia em Nova Teutônia. A casa ficou pronta em 1952. O imóvel, que reflete o estilo germânico de construção, com encaixes de madeira sem pregos e travas de clavilha, é considerado um exemplo de preservação arquitetônica e histórica.
O responsável atual pela administração e condução das visitas, professor e pesquisador Ciro Franke, ressaltou que “sempre gostei de trabalhar com a memória e com a história. Desde fevereiro estou aqui recebendo os visitantes, compartilhando o pouco que sei e aprendendo com o muito que essa casa ainda tem a ensinar”. A casa de Fritz Plaumann reúne objetos pessoais, livros, mapas, instrumentos de pesquisa e lembranças que contam a trajetória do entomólogo, reconhecido internacionalmente por suas contribuições à ciência. No andar térreo estão a cozinha, a sala de estar e jantar, varanda, banheiro e o antigo escritório, onde Plaumann catalogava insetos e preparava amostras, além do quarto do entomólogo. No segundo piso, a estufa onde ele retirava líquidos das espécies permanece preservada, assim como o quarto com roupas, pertences e objetos dos familiares, e o quarto de visitas com sacada.
Entre as curiosidades do acervo encontrado na casa estão mais de 100 discos de vinil (LPs), rádios antigos e equipamentos que Plaumann usava para sintonizar emissoras internacionais. “Ele ouvia a Deutsche Welle (Alemanha), Voz da América (EUA) e BBC de Londres, além da tradicional Rádio Guaíba, do Brasil”, destaca Ciro.
A história da casa também é marcada pela presença familiar. Plaumann viveu ali com a mãe, dona Hulda, a esposa Klara Anamaria Lincks Plaumann, e a filha adotiva Gisela, que permaneceu na residência até 2018. Após sua morte, o local ficou fechado até a recente restauração concluída no ano passado. Também morou na casa por um período a amiga da família, Edeltraudt Pierozan. O pai de Fritz, Friedrich Plamumann, faleceu antes da construção atual. Agora, o espaço abre as portas aos sábados e domingos, das 8h às 18h, e durante a semana mediante agendamento prévio para excursões e grupos escolares.
Além de preservar a memória do cientista, o novo gestor quer retomar outro projeto histórico: a estação meteorológica de Plaumann. “Já temos o pluviômetro, os termômetros e o barômetro originais. A ideia é envolver os alunos da Escola Elisabethe Matilde Simon e reativar as observações meteorológicas aqui em Nova Teutônia”, explica Ciro.
História
Manter vivo e legado e história do entomologista é um dever e orgulho para o pesquisador Ciro Franke, que destaca o valor educativo e cultural da iniciativa. “Estar aqui é um privilégio. A casa de Fritz Plaumann é uma aula viva sobre ciência, história e dedicação. Preservá-la é garantir que as futuras gerações compreendam o legado desse homem que tanto fez por Seara e pelo Brasil”.
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