Região pode enfrentar estiagens
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- Lavouras sofrem grande interferência com a formação do La Niña
Ciram/Epagri ainda não confirma a intensidade do fenômeno, que pode comprometer a produção de grãos.
A atuação do fenômeno climático La Niña deve se confirmar nos próximos meses em Santa Catarina, segundo a meteorologista Gilsânia Cruz, do Ciram/Epagri. Até bem pouco tempo se acreditava num período de neutralidade, mas a previsão climática vem sendo atualizada semana a semana.
A tendência, porém, é de que o fenômeno apresente uma intensidade fraca e tenha duração curta. As análises apontam que o resfriamento das águas do Oceano Pacífico Equatorial, responsável pela formação do La Niña, pode se estender no máximo até fevereiro do ano que vem. Caso essa condição se mantenha por cinco meses consecutivos, então o episódio será oficialmente reconhecido como formação do La Niña de curta duração. Se o resfriamento não persistir até lá, o fenômeno não será caracterizado formalmente.
Gilsânia explica que a ocorrência do fenômeno La Niña modifica o regime de chuvas, resultando em períodos mais secos e irregulares em certas regiões, enquanto em outras provoca precipitações mais intensas. Para os próximos meses, a previsão atual aponta que o trimestre de novembro, dezembro e janeiro deve apresentar chuvas abaixo da média no Oeste catarinense e volumes dentro ou acima da média no Leste do Estado. No entanto, ressalta que durante a primeira quinzena de novembro a chuva ainda deve ser frequente, com poucos períodos de sol. A mudança mais significativa deve ocorrer a partir da segunda quinzena do mês, quando a precipitação tende a diminuir gradualmente. “A partir do fim de novembro e ao longo de dezembro a expectativa é de uma redução nas chuvas, com períodos mais longos de estiagem, temperaturas elevadas e umidade do ar mais baixa”.
Agricultura
A influência do fenômeno La Niña afeta diretamente a agricultura. A mudança no clima preocupa o setor, que pode enfrentar períodos prolongados de estiagem, especialmente a região Oeste, como tradicionalmente ocorre, resultando em atrasos no plantio e redução na produtividade das lavouras. Especialistas ressaltam que o cenário exige planejamento e estratégias de adaptação por parte dos produtores para minimizar os impactos sobre a safra.
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