Seara perde dona Mariazinha Rech
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- Dona Maria era corajosa e determinada
Primeira professora e primeira vereadora eleita por Seara deixa grande legado.
Seara teve ao longo destas pouco mais de sete décadas de emancipação e do centenário de colonização diversos personagens históricos. O colonizador Antonio Zanuzzo, o médico Harry Quadros de Oliveira e o entomólogo Fritz Plaumann são alguns dos nomes que ajudaram a construir a história do município. Há muitos outros searaenses ilustres, como o empreendedor Artêmio Paludo e a professora Inês Detoni.
De todos estes nomes históricos, apenas seu Artêmio Paludo está vivo. E nesta semana Seara deu Adeus a mais uma de suas figuras marcantes. Dona Maria Eugênia Serafim Rech morreu no começo da manhã de segunda-feira, 27 de outubro.
Nascida em 1929, em Biguaçu, dona Mariazinha, como era carinhosamente chamada pelos amigos, chegou a então Nova Milano, distrito precursor de Seara, em 1946, então com 17 anos. Foram mais de três décadas lecionando ao lado de nomes como o professor Deolindo Zílio, que hoje dá nome a uma das principais escolas do município. Diversos alunos que se tornaram relevantes na história de Seara receberam seus ensinamentos, numa época em que as turmas eram multisseriadas e que os recursos para auxiliar o professor eram escassos.
Maria Eugênia Serafim Rech foi a primeira professora de Seara. Foi também a primeira vereadora, eleita em 1982. Tomou gosto pela política depois de se casar com Dorvalino Rech, que atuou em outras funções como barbeiro, empreendedor e agricultor e que se elegeria prefeito em 1972. Do casamento com seu Dorvalino nasceram cinco filhos. Como primeira dama comandou diversas ações sociais e comunitárias e até voltou a lecionar de forma voluntária. Em sua linda trajetória não atuou apenas no ensino escolar. Também ensinou canto e comandou grupos de teatro. Como homenagem, hoje dá nome ao Grupo de Teatro da Casa da Cultura.
Parte da sua trajetória está contada no livro “Em busca de novos horizontes”, que está à disposição na Casa Cultura. A autobiografia relata um pouco da história desta pequena gigante que se formou aos 15 anos e, não encontrando vaga para lecionar na capital do Estado, decidiu se aventurar em terras distantes. Um feito quase que inimaginável para uma jovem menor de idade nos idos de 1940. “Tenho muito orgulho da história que construí. Foram muitos enfrentamentos, mas valeu a pena”, resumiu dona Mariazinha Rech numa entrevista à jornalista Sandra Pischke, do jornal Folhasete, em 2019, na comemoração dos seus 90 anos de vida.
Homenagens
Diversas lideranças e amigos se manifestaram demonstrando pesar pela morte de Maria Eugênia Serafim Rech. A Prefeitura de Seara decretou luto oficial por três dias. Dona Mariazinha foi sepultada na terça-feira, 28 de outubro, no Cemitério Municipal de Seara.
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