Evolução a cada dia
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- Prática da equoterapia faz a diferença na vida dos autistas
Prática da equoterapia faz a diferença na vida dos autistas.
Hoje o pequeno Luiz, de apenas seis anos, é uma criança alegre, responsiva e ativa. Frequenta o ambiente escolar, brinca e interage com outras pessoas.
Porém, por volta dos três anos de idade ele não respondia aos comandos dos pais, recusava se alimentar, não se comunicava, gritava e batia em si mesmo. Luiz foi diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nível dois. Após a confirmação, iniciaram as sessões de terapia e acompanhamento com profissionais especializados, mas o que fez a maior diferença para a evolução do menino, conforme a família, foi a equoterapia - terapia assistida com o uso de cavalos.
O pai Alex Sandro Viecelli Della Beta comenta que há dois anos Luiz ingressou no programa da Secretaria Municipal da Saúde. “O que mais mudou foi o comportamento: foco e postura. Ele reage ao que falamos. Tudo o que pedimos ele faz. Senta à mesa, almoça e janta com a gente. Só ajudou. Nota dez”.
De acordo com especialistas, a equoterapia é uma das principais terapias para tratamento do autismo. A fonoaudióloga, equoterapeuta e coordenadora do projeto em Seara, Camila Pavin, comemora os inúmeros casos com sucesso de reabilitação. “Todos os pacientes que são inseridos na equoterapia apresentam uma melhora no seu quadro clínico e as famílias comprovam os resultados. Percebo que o tratamento tem melhorado a funcionalidade da criança, a conexão com o mundo externo, a percepção do meio aonde habita, ajuda na resposta escolar e na interação social e familiar”. Acrescenta que uma sessão de equoterapia contempla diversas habilidades a exemplo da área motora, muscular, psicológica, emocional, proprioceptivo e comunicação.
Os cavalos são indicados para a prática por que os animais têm o andar muito parecido com o dos humanos. Durante a caminhada, a coluna do cavalo se conecta com a da pessoa que está sobre ele, acionando partes do cérebro responsáveis pelo equilíbrio. Conforme a coordenadora do programa, a equoterapia é muito diferente do que simplesmente andar a cavalo. “A ciência explica a relação da marcha humana com o animal e os benefícios gerados. O cavalo é um instrumento terapêutico que cura”.
O projeto em Seara conta com quatro animais preparados e um reserva. Compõem a equipe três psicólogas, fisioterapeuta, fonoaudióloga, equitador, pedagoga, guia e educadora física, profissionais contratados pelo município. A terapia assistida com os cavalos é ofertada gratuitamente aos munícipes. Atualmente há 74 praticantes. Camila Pavin destaca que, além do Transtorno do Espectro Autista, a equoterapia atende uma grande demanda de patologias, como síndrome de down, paralisia cerebral, deficiência intelectual, dificuldades comportamentais sociais, transtorno opositor desafiador e dificuldades alimentares. As atividades acontecem no CTG Seara e Pampa.
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