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Ano para ser esquecido na suinocultura

PREJUÍZO Atualmente a situação mais difícil é a do produtor independente

O ano de 2022 terminou sem muito o que comemorar para quem é produtor de suínos em Santa Catarina. Esta é a avaliação do presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi.

Ele ressalta que “realmente se a gente pudesse apagar o ano que passou com relação à sua suinocultura e não sobrasse as dívidas, com certeza a maioria dos agricultores faria isso, porque foi um ano de grandes dificuldades”. Conforme o presidente da ACCS, várias questões que atrapalharam o suinocultor em 2022. “Perdemos muitas exportações e continuamos com custo alto para a produção de suínos. Chegamos no fim do ano a R$ 7,99 o custo para produzir um quilo de suíno, então a gente viu que o mercado foi muito ruim”.

Ele destacou que o mês de março de 2022 foi o pior. “Houve uma comercialização média de R$ 5,20 o quilo do preço do suíno no mercado independente, com o custo de R$ 7,90”. Lembrou que “foi um ano muito desafiador para os produtores independentes e muitos deles desistiram da atividade. Realizamos até uma manifestação em Braço do Norte, em março, para chamarmos a atenção das nossas autoridades, mas nada resolveu. Não houve qualquer iniciativa que pudesse amenizar a crise por parte do Governo Federal e tampouco do Governo Estadual. A gente perdeu muito e ainda continua perdendo, porque o mercado, por mais que no mês de dezembro os preços chegaram no custo de produção para o produtor independente, não recuperou os outros 11 meses que ficaram para trás”.

Conforme Losivanio de Lorenzi, o cenário ainda é de incertezas para este ano de 2023 em função das mudanças nos governos estadual e federal. “Devemos ter extremas dificuldades até alinhar essas questões. Vai ser um ano de dificuldades para o nosso setor. Por mais que no Estado as coisas possam melhorar com um governo mais ligado ao Oeste, em nível federal a gente ainda tem muitas dúvidas do que pode ocorrer num país onde há uma divisão”.

Em resumo, destacou que “teremos, sim, um ano de grandes dificuldades para poder fazer a nossa suinocultura andar para frente cada vez mais e continuar nessa pujança das exportações, embora perdemos com relação ao ano anterior”. O presidente explica que “em 2021 nós exportamos cerca de um milhão e 50 mil toneladas de carne suína e em 2022 nós não chegamos a essa marca, por mais que ainda faltam os dados de dezembro. A gente tinha previsão de mais de um milhão e 300 mil toneladas, o que não deve ser atingido”.

Quanto à movimentação do mercado da suinocultura no fim de ano, Losivanio ressalta que “para o consumidor os preços não subiram muito. Percebemos também que na integração não houve mudanças, mas para o produtor independente o valor chegou a R$ 7,40. No entanto, nada que pudesse trazer de volta o prejuízo acumulado no ano”. O presidente da ACCS afirmou ainda que “é catastrófica a situação da suinocultura independente em nosso Estado”.

Lucros e prejuízos

O presidente da ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi, explicou que os produtores que trabalham no sistema de integração. “Eles recebem um percentual pelo trabalho, fazem os investimentos necessários na propriedade e a empresa é quem coloca os animais, leva a ração e assistência técnica, ou seja, em tese estes não estão no prejuízo. Já os independentes, além de todo o investimento na propriedade, têm que comprar os insumos e vender os suínos conforme o mercado paga e muitas vezes sai no prejuízo”. Losivanio destacou que atualmente para o produtor independente um suíno de aproximadamente 115 quilos gera um prejuízo de cerca de R$ 200.

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