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Crise não foi amenizada

As altas dos insumos, a baixa oferta de grãos e a queda do consumo interno de carnes têm gerado reflexos negativos para os suinocultores da região, que estão pedindo socorro para não abandonar de vez a atividade

Para o presidente da Cidasc, Enori Barbieri, a crise da suinocultura era um problema previsto. "Aqueles que não conseguem produzir para o mercado internacional começaram a ter séria dificuldade, porque o mercado interno, em função da perda de poder aquisitivo das pessoas, está retraído no consumo, gerando mais oferta do que demanda. Isso leva alguns produtores que não fazem parte da cadeia produtiva de exportação, a diminuírem a produção por falta de competitividade. Mas, felizmente, a área externa, ao menos em volume, a venda tem sido superior a do ano passado. Infelizmente os compradores são os que pagam menos, que é o caso da China". Ressalta que os chinenes, a Rússia e Hong Kong estão sendo os grandes compradores de carne suína catarinense. 

Conforme Barbieri, uma notícia ruim para o mercado é que o Japão, que era tido como salvação para a suinocultura, não tem funcionado. "A gente não se preocupou muito com o tipo de carne que eles querem. Os japoneses exigem carne com mais gordura e com coloração diferente, mas para isso acontecer precisamos trocar algumas raças que estão sendo utilizadas. A própria indústria reconhece essa falha e está com proposta de mudanças, mas não é de um dia para outro que isso vai mudar".
Enori Barbieri informou que o mercado da Coréia ainda não foi aberto, porque não houve acordo sanitário entre os governos. "São burocracias a serem superadas e depois ainda têm a parte das empresas tentarem conquistar os clientes". Enfatizou que outra possibilidade que está sendo estudada é a exportação para o México. "Houve uma procura pelos governantes mexicanos para diversificar os fornecedores, até para não ficar na dependência dos americanos. Estamos vendo com o Ministério da Agricultura se é possível fazer uma reunião com os mexicanos durante assembleia da OIE no final de maio, em Paris". 
Declara que neste caso o fornecedor teria que ser Santa Catarina, porque é o único Estado livre de febre aftosa sem vacinação. "E seria um mercado de até 100 mil toneladas anuais. No ano passado, para se ter uma ideia, o Estado exportou 140 mil toneladas".
O presidente disse ainda que, em conversa com pecuaristas de outros estados, as notícias não são positivas. "Os produtores de milho do Centro-Oeste estão há mais de 20 dias sem chuva e toda safrinha está comprometida. Com isso, o preço do milho fica em torno de R$ 40 a saca paga ao produtor, e ainda temos custo do intermediário e do transporte. Isso começou a afetar os suinocultores do Centro-Oeste. O que tem que acontecer neste momento é uma acomodação de oferta e procura no mercado interno, compatível com o poder de compra dos brasileiros". 

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