Produtores preparam a próxima safra
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- Produtor André Fabrin planta milho com foco total na silagem
André Luiz Fabrin de Caraíba produz milho para silagem.
A área plantada de milho em Santa Catarina vem registrando redução nos últimos anos em função dos baixos preços, ataque da cigarrinha e aumento da área destinada ao plantio da soja. Para o milho grão, a área estimada está em 268 mil hectares, diminuição de 9% na comparação com a safra anterior.
A produção, no entanto, deverá aumentar 12,38% em comparação ao ano anterior, alcançando um volume de mais de 2,2 milhões de toneladas. A produtividade está estimada em 140 sacas por hectare, aumento de 23%.
Já a área prevista para o milho silagem é de 219.360 hectares, redução de 6,6%. A produtividade deve aumentar 21% e chegar a 42 mil quilos por hectare. Com isso, a produção deve chegar a 9,2 milhões de toneladas, aumento de 13% em relação à safra de 2023/2024.
Em Seara, conforme o secretário da Agricultura, Renato Tumelero, historicamente a área plantada é de sete mil hectares para todas as culturas. Cerca de seis mil hectares são destinados para o milho, que é principal atividade agrícola do município. São 500 hectares para soja, 300 para o feijão e o restante para outras culturas. “Não sofremos decréscimo, mas também não crescemos por conta da topografia acidentada. No milho podemos dizer que 50% são para produção de grãos e o restante para silagem”, explicou Tumelero.
A depender do desempenho desta cultura e das condições climáticas, a área pode ser destinada mais para grãos ou para a silagem. “Temos neste momento o zoneamento agroclimático do Ministério da Agricultura, que recomenda já a partir de 20 de agosto a semeadura do milho. Acredita-se que agora já tenhamos 10% da área semeada que só não é maior por conta das condições de temperatura, que foram baixas nos últimos dias, impedindo o aquecimento do solo. Agora, com os dias mais quentes, deve-se intensificar o plantio. Também prevemos um acréscimo na área da soja por causa do preço do milho, que está relativamente baixo, e pelo ataque da cigarrinha”.
Para se evitar o ataque mais intenso do inseto, segundo Tumelero, é preferível a substituição de um percentual da área que seria para o milho pela semeadura da soja, que tem preços mais estáveis e em função da necessidade de rotação de cultura, o que também melhora o solo. “Com as novas práticas de manejo e tecnologias, o controle da cigarrinha poderá ser maior. Também há os novos pesticidas, para que se tenha uma convivência melhor com a praga”. A tendência para os próximos meses é de precipitações climáticas médias normais, com neutralidade do El Niño.
Seara produz cerca de 30 mil toneladas de milho grão. “Isso representa em torno de 5% do consumo no abastecimento das atividades pecuárias”.
Produtor rural
O produtor rural André Luiz Fabrin, de Caraíba, possui uma área de 38 hectares, com foco total na silagem. “O nosso consumo fica entre 550 e 600 toneladas. O restante é vendido também para silagem”. A maior dificuldade é o clima. “No ano passado foi muito difícil. Tivemos ainda estiagem e chuvas acima da média. O valor do milho baixou muito no mercado. Tivemos queda no custo de produção, mas ainda não compensa a diferença do preço de venda. Nossa expectativa hoje é boa, especialmente pelo clima que vem ajudando”.
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