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Laci analisa pleito e projeta fim de governo

Passado o período de eleições municipais, o Folhasete buscou saber da atual prefeita de Seara quais as análises dos resultados e a influência do atual governo no contexto.

O sentimento de mudança de governo marcou os resultados em inúmeras cidades.
Sobre o futuro, Laci Grigolo pretende dedicar-se à família, se aposentar como educadora e atuar com o Direito. Na política, entende que já contribuiu para Seara. Ficará atenta às ações do próximo governo e também seguirá tendo papel relevante nas articulações do seu partido, o PDT.
A prefeita recebeu a reportagem no gabinete na quinta-feira, 13, para uma entrevista que durou cerca de 30 minutos. Ela se mostrou engajada com as atividades de conclusão do mandato, porém não escondeu a satisfação de estar deixando a prefeitura com recursos em caixa. Falou das dificuldades em manter a máquina pública em um período de receitas escassas, entendendo que o próximo gestor terá o desafio de manter os serviços essenciais e segurar os investimentos.
FS: Como avalia o resultado da eleição, onde o candidato governista foi derrotado com mais de 1.500 votos de diferença?  
Laci: De certa forma foi uma surpresa o número de votos recebido pela oposição, mas acima de tudo precisamos respeitar de forma integral a decisão do povo. Eu já passei por esse momento, em que os ventos da mudança me elegeram ao cargo de prefeita, e acredito que esses ventos retomaram na região. Vamos respeitar e acompanhar os novos trabalhos.
FS: A Sra. já fez uma avaliação sobre as principais causas da derrota nas urnas?
Laci: Quando se perde ou quando se ganha não é por um único fator. Há um conjunto de fatores que se somaram para que isso acontecesse. O principal deles é a mudança, onde a comunidade opta por novas forças. Embora em Seara sejam antigas forças. Mas há um conjunto de fatores, uma estratégia de campanha e um governo afastado dessa disputa. O fato de serem pessoas novas, talvez ninguém quis arriscar em novos nomes. Enfim, nós perdemos uma batalha e não uma guerra. Falo isso no sentido de estarmos atentos na próxima administração e fazermos uma oposição séria e eficiente no sentido de fazer as coisas acontecerem daquilo que foi proposto na campanha.
FS: O desempenho do atual governo teve alguma influência no resultado em sua avaliação?
Laci: Definimos que estaríamos um pouco afastados. Essa falta da defesa da administração e do trabalho realizado fez falta. Hoje, avaliando, sinto isso. Porque, os que entram não vão ter melhoras significativas. Eu falo isso e vamos poder acompanhar, porque as prefeituras chegaram em um status quo que não é possível avançar. Será possível avançar, desde que se corte investimentos em outras áreas. A defesa fez falta, pois eram duas pessoas que não estavam ligadas à administração e isso contribuiu de forma decisiva.
FS: Como encarou o fato de o PDT, que comanda o Executivo há dois mandatos, não ter feito parte da chapa majoritária neste pleito de 2016?
Laci: Essa foi uma construção feita durante a escolha dos candidatos. É inegável e a comunidade sabe que o PDT tinha o nome do Ademir Verza pela sua capacidade administrativa. Mas na avaliação e condução das escolhas dos nomes, o próprio PDT preferiu se retirar da candidatura com tranquilidade para abrir oportunidade para um novo partido para o grupo. Sentimos que isso seria salutar. O PDT é um partido forte em Seara e vai continuar no jogo.
FS: Como deve acontecer o processo de transição?
Laci: Deve transcorrer de forma normal. Já fizemos o primeiro contato. O Kiko pediu para que aguardássemos a definição da equipe de governo para tratar de assuntos específicos. Nós temos encaminhamentos que sempre ocorrem no final do ano na área da educação, na área da contabilidade e a própria confecção do orçamento que irá refletir nas ações do ano que vem. Está sendo tudo bem aberto e tranquilo, com acesso a todos os documentos, ações e encaminhamentos necessários para que no dia primeiro de janeiro a equipe comece trabalhando.
FS: Como o prefeito eleito Kiko Canale encontrará o governo ao assumir em janeiro?
Laci: Ele vai encontrar muitas obras para concluir, mas todas com os recursos já garantidos e em caixa. A questão do período eleitoral atrasou algumas obras. A folha em dia, o décimo em dia e os fornecedores em dia. Vai herdar um bom recurso financeiro. A nossa preocupação nesse término de mandato é com recurso ordinário para pagamento da folha e custeio da máquina. A garagem deverá iniciar turno único com a troca de horário. São ações que fizemos nos anos passados para que possamos economizar e fechar o ano com tranquilidade e em dia. Foram oito anos de governo sem rejeições pelo Tribunal de Contas.
FS: A partir de janeiro, a Sra. não terá mais função pública pelo município, mas ninguém tem dúvidas sobre sua importância como uma das principais líderes agora de oposição. Que tipo de comportamento político pretende ter a partir de janeiro?
Laci: Vamos continuar essa militância na área da política, principalmente para manter o PDT um partido firme, forte e atuante. Temos dois vereadores e vamos contar muitos com as ações deles. Vamos tentar manter essa coligação para fazermos frente daqui a quatro anos. Penso que já fiz meu papel na política. Devo dar espaço para essas novas lideranças e jovens. É de fato um trabalho mais de articulação do que de propriamente de atuação.
FS: O fato de ter feito minoria na Câmara de Vereadores dificultará o trabalho da futura oposição?
Laci: Nós já estamos acostumados. São 62 anos de Seara e nunca tivemos a maioria. Vivemos um período de 12 anos praticamente com governo no Executivo. Os demais anos com a oposição no governo e minoria no Legislativo. Então acredito que não teremos dificuldade. O que nós temos é uma esperança grande em nossos vereadores para que façam uma oposição firme, coerente com as cobranças necessárias, levando a voz da comunidade. Não se pode ir contra sem uma boa base de justificativas. O discurso da atual oposição hoje vai mudar com relação às críticas infundadas que ocorreram no passado em todas as áreas. Acredito que atual oposição vai mudar seu discurso a partir de agora.
FS: Pensa em voltar a disputar um cargo eletivo em 2020?
Laci: Totalmente descartado. Não tenho intenção e nem interesse. Há uma articulação para uma possibilidade ali na frente, mas eu já defini que tenho outros projetos particulares. Essa decisão de ficar mais perto da família é determinante para mim. Foram oito anos de afastamento da vida da família, pois o cargo de prefeita exige isso. Neste momento, minha intenção é essa.
FS: A partir de janeiro, retornará à função de educadora ou pretende trabalhar na área jurídica?
Laci: Em 2017 eu retomo as minhas atividades na Escola de Educação Básica Seara, porque eu sou efetiva lá e pelo fato de ter 30 anos de contribuição com o IPESC devo encaminhar a minha aposentadoria profissional na área da educação. Temos novos planos pela frente, mas primeiro cumprir essa missão na educação. Comecei há 10 anos a faculdade de Direito, fui fazendo lentamente e esse ano devo concluir. Com isso, poderei pensar em uma tarefa particular e atuar em advocacia.
FS: Quais as prioridades para este fim de mandato?
Laci: Queremos encerrar com o maior número de obras concluídas possíveis. Já fomos avisados de antemão que algumas ficarão para o próximo mandato, mas lembrando e vou repetir, com todos os recursos garantidos. São as contrapartidas que eu preciso deixar, pois o artigo 42 da LRF me impõe isso. Os recursos externos são do Estado ou do governo Federal, que não há mais como recuar. Algumas situações que ainda vou fazer são as licitações de duas ambulâncias e dois carros para a Saúde. Assim como revitalizamos o setor de máquinas, vamos deixar os veículos da Saúde renovados. Há dúvidas na obra da quadra da Deolindo Zílio, se será concluída até o final do ano. E os asfaltos serão retomados após a liberação da Caixa nas ruas Xanxerê e Zacarias Nava. Vamos iniciar ainda a contenção na Tranquilo Borba em um ponto de deslizamento.

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