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Seara é o destino para 2.461 venezuelanos

  • - Reportagem especial aborda aspectos positivos e problemas provocados pela forte migração

Reportagem especial aborda aspectos positivos e problemas provocados pela forte migração.

Segundo dados do Censo Demográfico do IBGE de 2022, Seara tem 18.620 habitantes. Com predominância de descendentes de alemães e italianos e colonizado basicamente por famílias de colonos oriundas do Rio Grande do Sul, o município viu a característica étnica de sua população se modificar radicalmente nos últimos anos. O primeiro grande choque cultural surgiu com a chegada de centenas de nordestinos em busca de oportunidades especialmente nas agroindústrias. Árabes e haitianos também marcaram presença. Mas nada se compara à forte migração de venezuelanos que Seara registra neste momento.
Conforme o Centro de Atendimento ao Imigrante (CAI) instalado na rua Herculano Zanuzzo, estão cadastradas mais de 2.700 pessoas de outras nacionalidades no município. Destas, mais de 2.400 são de origem venezuelana. Significa que 13% dos habitantes de Seara hoje são venezuelanos. Eles ocupam boa parte das vagas de emprego oferecidas, centenas de imóveis alugados e já representam boa parte do consumo de bens e serviços no município. Mas também estão exigindo uma nova estrutura em áreas como Educação, Social e Saúde, além de problemas pontuais no setor de segurança pública.
Segundo dados do Governo Federal, mais de 500 mil venezuelanos vivem atualmente no Brasil. É um movimento recorde que em 2023 elevou o país da quinta para a terceira posição no ranking de principais destinos desta população na América Latina. Mundialmente, o Brasil é a quarta nação que mais acolhe venezuelanos, atrás apenas da Colômbia, Peru e Estados Unidos respectivamente. Hoje, os venezuelanos já são a maior população de imigrantes no território brasileiro.
São muitos os problemas que motivaram mais de 7,7 milhões de pessoas a deixar a Venezuela nos últimos anos. A economia do país não se recuperou e não há perspectiva de que a situação política mude no curto ou mesmo no médio prazo. A homofobia é outro grave problema na Venezuela.
Em função do forte fluxo de migrantes vindos do país o governo brasileiro deu início à Operação Acolhida. A porta de entrada para o Brasil é a cidade de Pacaraima, em Roraima. O Sul do país é a região mais procurada e Chapecó é a quarta cidade do país que mais recebe venezuelanos. Aliás, o interior é cada vez mais procurado por eles em função da ampla oferta de trabalho. Os registros nacionais mostram que 53% são do sexo masculino, 61% têm mais de 18 anos e 88% vêm com as famílias.
De acordo com a ONG Refúgio 343, que atende os venezuelanos que chegam ao Brasil, no passado migravam para o país pessoas mais escolarizadas, mas com o agravamento da crise a população mais pobre ampliou seu movimento de saída da Venezuela.
O Folhasete apresenta nesta edição uma reportagem especial sobre o tema. O objetivo é contar histórias de gente que deixou o seu país em busca de mais oportunidades e a contribuição destas pessoas do ponto de vista econômico, mas também relatar problemas provocados pelo choque cultural e pelo aumento da demanda de serviços em alguns setores.

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