O humor fica deprimido, melancólico. Angústia, ansiedade, desânimo, falta de energia e, sobretudo, uma tristeza profunda.

Este mal silencioso chama-se depressão.
O sofrimento que esta doença provoca é difícil de mensurar, mas pode destruir uma vida. Neste estado, seu Nilo Hartmann, 43 anos, morador do bairro Garghetti, em Seara, proprietário de uma empreiteira, passou dois longos anos.
E quando tudo parecia não ter mais sentido, nem a ajuda profissional resolvia e a dor o consumia, foi a fé e a devoção à Santa Paulina que o resgataram. Recuperado, com os vínculos familiares novamente fortalecidos e a vida seguindo normalmente, era a hora de pagar a promessa feita.
De Seara até o Santuário da Santa Paulina, em Nova Trento, são 496 quilômetros a pé em peregrinação. Sozinho e com uma mochila nas costas contendo alguns pertences básicos, partiu na madrugada do dia 8 de novembro. Todos os dias, saía cedinho e caminhava debaixo de sol e chuva, no frio ou calor, o quanto podia, até encontrar uma cidade para descansar um pouco e recomeçar.
Foram 330 quilômetros percorridos até o organismo não suportar mais. Não foram somente as feridas nos pés, as unhas caindo ou o desgaste físico e mental que o impediram de concluir o trajeto. Uma infecção grave poderia, se ele insistisse, lhe causar problemas sérios de saúde.
Faltaram 166 quilômetros. Certamente seu Nilo suportou mais do que qualquer outro cidadão comum aguentaria. Mesmo assim, se entristece por ter sido impedido de completar a missão. "Para eu ficar 100% satisfeito, quero terminar esta jornada".
Emocionado, relata que pretende refazer o caminho, pois só assim sentirá que a promessa foi cumprida. "Vou me preparar melhor e ir numa época menos quente". A família o alcançou no trajeto e todos foram juntos até o Santuário agradecer à Santa Paulina.