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Capacitação é realizada

A ocorrência de um óbito suspeito de dengue em Chapecó aumentou ainda mais a preocupação em torno da doença, da prevenção e do combate ao mosquito Aedes aegypti.

De acordo com o médico-infectologista e superintendente de Vigilância em Saúde do Estado, Fábio Gaudenzi, as amostras de sangue do professor Alisson Klam, 37 anos foram encaminhadas ao Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina (Lacen/SC) na segunda-feira para realização de diagnóstico laboratorial para dengue. Porém, os resultados não apontaram para a conclusão definitiva do diagnóstico, sendo necessário encaminhamento das amostras para o Instituto Adolfo Lutz de São Paulo, laboratório de referência em saúde pública, para realização de exames complementares. A previsão é de que os resultados sejam divulgados na próxima semana. 
A orientação à população, conforme Gaudenzi, é que, em caso de sinais de alarme, procure atendimento médico para que não ocorra o agravamento da doença. A equipe de epidemiologistas da Dive/SC também destacou que é importante, nesse momento, que todos os municípios reforcem, ainda mais, as ações e as orientações à população em relação ao combate ao mosquito, com a eliminação de todos os possíveis criadouros do vetor. "Ainda existe um certo ceticismo em relação ao risco de ocorrência da dengue no Estado, mas, aos poucos, as pessoas estão entendendo a gravidade dessa doença", considerou Gaudenzi. 
O secretário da Saúde de Seara, Odair Felippe, destacou que a morte do chapecoense aumenta a preocupação e mostra a necessidade de intensificar as ações de combate ao vetor. "Chapecó é uma área endêmica e isso demonstra que estamos num corredor e com um público muito grande que circula diariamente. Tudo isso nos preocupa e faz com que aumentem nossas ações de combate. Na segunda-feira tivemos uma reunião para desenvolver estratégias e ampliar nossas inserções, mas a comunidade precisa levar a sério também, porque só a prevenção vai fazer com que se evite a proliferação do mosquito".
Além de ampliar a divulgação através de panfletos e meios de comunicação, a Secretaria da Saúde será montada uma equipe com profissionais de todas as pastas municipais, "para que tenhamos responsáveis em cada setor para conseguir direcionar serviços".Odair Felippe enfatiza que ainda é grande a resistência de alguns moradores em abrir as casas para visita e vistoria dos agentes contra a dengue. Existem também terrenos sem a limpeza adequada em vários pontos do município. "O pessoal da dengue tem trabalhado junto com a vigilância sanitária, que tem notificado os proprietários dos terrenos e dado um prazo para se adequarem. Se isso não acontecer, vamos remeter o relatório ao Ministério Público, que vai entrar em contato com os proprietários. Isso aconteceu com os ferros velhos e deu certo. Infelizmente, se esse for o caminho vamos fazer, porque enquanto serviço público não podemos entrar".
O secretário acrescentou que o Ministério Público já demonstrou interesse em auxiliar nos encaminhamentos.Segundo o secretário de Saúde, a dedetização dos espaços públicos ainda não tem dia marcado. "Vamos fazer aquela dedetização de rotina, porque recebemos a orientação de não fazermos a rotina externa porque tem que estudar muito bem o produto utilizado porque ao invés de ter uma eficácia pode ter um efeito contrário. Dependendo do produto, pode acabar matando outros vetores que eliminam o Aedes. Tem que ser bem analisado". 
Quadro é mais grave em Seara entre as cidades do Alto Uruguai
"Vamos prevenir para não sofrer. O vírus judia e mata. A população precisa pensar diretamente nisso sobre o risco que todos estão correndo e o que está fazendo para evitar", alerta a supervisor regional do Programa de Combate à Dengue, Felipe Gimenez. Conforme o biólogo, a situação é preocupante no Alto Uruguai, mas Seara é vista com mais gravidade. São 11 focos confirmados de larvas do mosquito em fase adulta em apenas dois meses. Em Concórdia, onde o número de habitantes é quatro vezes maior, são 12 focos. "O município de Seara é muito pequeno para esse número de focos, mesmo que geograficamente esteja mais perto de cidades infestadas, como Chapecó, Xanxerê e Pinhalzinho", enfatizou. Além disso, há focos em outras cidades, como Xavantina, Arabutã e Ipumirim, que são rotas logísticas regionais, e como o mosquito é caroneiro, ele pode estar migrando entre as cidades menores. "Por isso a população precisa ajudar o programa, evitando locais de água parada", disse Gimenez. 
Mesmo com casos importados de dengue confirmados em pacientes da região, contraídos em Pinhalzinho e fora de Santa Catarina, o biólogo explica que existe o risco do paciente que tem o vírus albergado acabar disseminando a doença na região. "O mosquito já está presente aqui, porém ainda pode não ter o vírus, mas as pessoas que tem o vírus no organismo podem muito facilmente transmitir isso pro mosquito caso forem picadas. E aí sim, o inseto vai começar a colocar ovos já contaminados. A nossa preocupação é muito grande nesses pacientes que viaja e, trazem esse vírus albergado", completou. "Não adianta o engajamento dos municípios sem a colaboração da população", finalizou o biólogo.  
 

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