O surgimento de novos focos do mosquito Aedes aegypti ligaram novamente o sinal de alerta em Seara.

O município, que era considerado infestado pelo vetor, agora ganha ainda mais destaque na região como uma das cidades com maior número de focos.
No total são 12 focos em 2017 em Seara. Nesta semana iniciou o trabalho de delimitação dos focos nos bairros São João e Garghetti e no Centro. Além disso, representantes das Secretarias da Educação e Saúde, do CRAS e do Programa de Combate à Dengue estiveram ao vivo na Belos FM para esclarecer e orientar ainda mais a população.
A coordenadora do programa, Fabíula Pereira, explica que "tínhamos nove focos neste ano e no final de setembro e início de outubro tivemos mais três registros. Houve um aumento com relação ao ano passado". O secretário da Saúde, Flávio Zolet, destaca que o tema tem sido prioridade para o setor. "Quando a gente faz um mutirão, percebemos que se a comunidade não nos ajudar não vamos conseguir vencer o problema. As pessoas não perceberam a importância da prevenção, porque se as doenças entrarem na cidade podemos ter uma epidemia, como teve em Pinhalzinho". Enfatiza que a grande preocupação é que o mosquito está se adaptando ao frio.
A equipe do Programa de Combate à Dengue pede a colaboração da comunidade na limpeza de terrenos, não deixar objetos que acumulem água, usar tela nas caixas de água e ladrões e também limpar as calhas das residências e prédios pelo menos uma vez por semana. "Principalmente em casas e prédios próximos a vegetação", destaca Fabíula.
Ela acrescenta que no período de Inverno o mosquito leva de 10 a 15 dias para se reproduzir, porém no Verão a proliferação varia de quatro a cinco dias. É importante que a população saiba que a fêmea do Aedes não coloca os ovos diretamente na água, mas no primeiro contato que o ovo com água em 10 minutos se transforma em larva. Além disso, o ovo sobrevive até um ano e meio na natureza e só morre com temperaturas abaixo de dez graus negativos".
O CRAS e a Secretaria da Educação são parceiros no combate ao Aedes em Seara. Nas escolas municipais o tema é abordado em diferentes áreas e no CRAS, durante as visitas dos agentes, nos grupos de trabalho com as famílias carentes e através de uma central de denúncias.Entre as orientações repassadas está o uso de repelentes.
Outra preocupação é com a chegada de Finados, período em que as famílias costumam levar vasos com flores aos cemitérios e esses podem se transformar em criadouros. Fabíula Pereira disse que floriculturas, lojas e supermercados foram orientados a usar embalagem e vasos furados para não ter acumulo de água.
O biólogo da Vigilância Epidemiológica da ADR de Concórdia, Felipe Gimenez, declara que a situação é preocupante porque o período quente ainda está no começo. "Poderemos ter uma explosão de número de focos. As pessoas precisam entender que a dengue é um problema de todos".
Como objetivo de conscientizar a população e repassar informações, uma equipe de profissionais se vestiu de preto e passou por diversas ruas de Seara na quinta-feira, 26. Durante o trajeto entregaram panfletos e com carro de som repassaram informações.
Alerta
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) anunciou nesta semana que o Estado possui 9.273 focos do mosquito Aedes aegypti, que foram identificados em 141 municípios catarinenses. O número é 32,3% a mais do que o registrado em todo o ano de 2016.