Seara teve um representante na equipe que conquistou o ouro olímpico no futebol de campo nas Olimpíadas do Rio de Janeiro.

O Folhasete localizou o ilustre searaense na última quinta-feira.
Erasmo Damiani, 50 anos, deixou Seara aos dois anos de idade. Seus pais residiram sete anos no município. O pai trabalhou em Seara e Itá antes de se fixar em Florianópolis.
Casado e pai de uma filha, Erasmo reside hoje no Rio de Janeiro. Até chegar lá, no entanto, foi uma longa caminhada. Praticante de atletismo, o searaense deixou escapar a vaga para disputar as Olimpíadas em 2004.  Estimulado por seu técnico, Erasmo começou a trabalhar com o futebol.
Com formação e mestrado em Educação Física, foi preparador físico do Figueirense, Avaí, Joinville e Tubarão. Também teve incursões pelo futsal com a Unisul e atuou como diretor técnico da Fesporte. Foi justamente neste período que esteve em Seara por diversas vezes, seja para disputas no campo ou no futsal ou mesmo nas competições organizadas pela Fundação.
O salto na carreira aconteceu quando Erasmo Damiani foi convidado para atuar nas categorias de base do Atlético Paranaense, transferindo-se em 2013 para o Palmeiras. Foi no Palestra que o searaense despertou a atenção do então diretor técnico da CBF, Gilmar Rinaldi. Damiani foi desafiado a montar o trabalho de base da Seleção Brasileira de Futsal, atuando com o Sub15, Sub17 e Sub20. "Foi um trabalho que começou praticamente do zero", destacou.
Também teve papel fundamental na montagem do grupo que conquistou o ouro olímpico. Assumiu a coordenação geral da Seleção e atuou na liberação dos jogadores convocados e fez a ligação entre a direção, comissão técnica e grupo de jogadores. Na conquista do último domingo, estava no Maracanã comemorando o maior triunfo de sua carreira. "Foi um momento único. Ver a alegria no rosto das pessoas foi especial. Fiz parte de um grupo que conquistou algo que outros tentaram e não conseguiram".
Erasmo pretende continuar nas categorias de base da Seleção Brasileira. Ele avaliou positivamente a realização dos Jogos Olímpicos no Brasil, apesar de problemas na fase de organização. "O jeitinho brasileiro superou a falta de planejamento", justificou.
Como deixou o município aos dois anos, Erasmo Damiani tem poucas recordações da infância no município. No entanto, lembra que retornou diversas vezes a Seara com os pais durante a juventude para visitar amigos. "Tenho um carinho enorme por Seara. É a minha cidade. Meus pais foram muito felizes aí e eu sempre me senti muito bem todas as vezes que estive na cidade".