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A história do padre Simão Moser

  • - Pároco teria jogado praga relacionada às águas ao ser expulso de Itá na década de 40 depois de supostamente caluniar um morador estrangeiro

A praga rogada pelo padre Simão Moser sobre a cidade velha de Itá é bastante popular.

Uma lenda que passou de geração para geração. Os itaenses que testemunharam o fato à época já não vivem mais. No entanto, alguns poucos descendentes daquelas famílias que habitavam o pequeno vilarejo, ainda crianças no período, mantêm viva esta memória, a exemplo de seu Jaime Hall, hoje com 87 anos de idade. Ele ouviu de seus pais a história que pôs medo no povo, já que naquele tempo o padre era uma autoridade. Muitos acreditavam que o"representante" de Deus possuía a força do próprio Criador.
Seu Jaime conheceu o padre Simão Moser. Sobre as divergências ocorridas à época ele prefere não se manifestar. A história conta que o padre Simão deixou a cidade na década de 40, montado num burrico. A velha Itá ficava próxima ao rio Uruguai. Ao chegar em cima de um morro, teria olhado para trás e rogado uma praga. "Ele tirou o Santíssimo do pessuelo, apontando em direção à cidade, e disse: Itá voltará a crescer somente quando ressurgir das águas. Depois foi embora".
Jaime Hall trabalhou na adolescência como secretário na Igreja Matriz e pode confirmar o fato através do Livro Tombo, onde ficam guardados os atos e fatos mais significativos e acontecimentos históricos de relevância de uma paróquia. E 57 anos mais tarde a "maldição" se confirmou. Uma nova Itá foi construída e a antiga cidade ficou debaixo d'água. O temor de uma praga transformou-se num bem à comunidade.
Conforme registros culturais arquivados, o padre Simão Moser se desentendeu com o alemão Jorge Kracker, que era músico do harmônico tocado nas celebrações da Igreja Matriz São Pedro. O vigário o teria denunciado como espião nazista por volta de 1942, após o Brasil ter declarado guerra contra a Alemanha, condição que nunca se confirmou. Mesmo assim, Jorge foi preso pela polícia de Concórdia. A comunidade itaense, ao saber do fato, foi em socorro do imigrante e todos se voltaram contra o padre. Com medo de represálias, ele fugiu da cidade, não sem antes despejar sua raiva contra a comunidade. Simão Moser também atuou em Seara, sendo inclusive nome de rua.

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