Questões sanitárias estão entre os motivos de preocupação do setor para 2023

Entre os setores do agronegócio, um dos que mais se destacaram e colheram bons resultados de um ano positivo foi o da avicultura. O ano de 2022 foi de retomada do mercado perdido nos últimos três anos em função da pandemia.
A avaliação é do diretor executivo da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), Jorge Luiz de Lima, em entrevista ao jornal Folhasete. “Tivemos um crescimento orgânico em 2022 na casa dos 6%, principalmente no volume de exportações, e uma retomada no volume interno de consumo de carne de frango, exatamente porque tivemos as empresas retomando os trabalhos de maneira muito efetiva no período pós-pandêmico”.
Santa Catarina embarcou mais de 800 mil toneladas de carne de frango para o exterior no ano passado. “O volume é recorde e se deve à reabertura de mercados que historicamente compravam do Brasil, como Arábia Saudita e Oriente Médio, além dos Países Baixos e outros mercados da Ásia e da Europa”. Jorge Luiz de Lima explicou que o consumo interno também aumentou. “Muitas pessoas migraram para a carne de frango em decorrência do alto custo da carne bovina. O brasileiro já faz isso há muito tempo. É o que denominamos de substituição de proteína e isso foi muito positivo para o setor, apesar dos custos elevados de produção”.
Já com relação aos preços internacionais, “tivemos também uma retomada no último ano quanto à tonelagem de carne de frango, chegando aos patamares de 2019, o que equilibra com a questão dos custos”. O diretor executivo da Acav ressaltou que o crescimento não se dá apenas nos frangos. “Santa Catarina também é o maior produtor de codornas, patos e marrecos da América Latina, então temos um mercado muito efetivo de aves como um todo”.
Quanto às dificuldades registradas no último ano, Jorge Luiz de Lima revelou que houve problemas nos primeiros meses de 2022 com matrizes no setor de frangos. “Mas agora estamos com o mercado interno muito equilibrado. Seja na produção de ovos, seja na produção de frango de corte ou em matrizes tivemos um crescimento orgânico, o que é muito bom, tanto para a agroindústria como para o nosso cooperado”.

Desafios

Para o diretor executivo da Acav, no caso específico da indústria, 2022 “foi desafiador, porque todos os anos que têm eleição são de instabilidades. Ficamos atentos às leituras de mercado, também relativo ao câmbio e aumento de preços. Da mesma forma temos um desafio gigante para 2023”. Jorge Luiz de Lima ressalta que “as previsões são também baseadas no comportamento, tanto das questões de política interna quanto externa, para que possamos ter segurança dos investimos que realizamos. O setor agroindustrial em Santa Catarina investiu praticamente R$ 5 bilhões no ano passado, seja com ampliações, reformas ou com nos parques fabris”.