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Ele deu nome a uma marca gigante

  • - Artêmio Paludo tem 91 anos

ARTÊMIO PALUDO Entrevista com o fundador do Frigorífico Seara relembra um pouco de sua trajetória.

“Acho que fiz o possível”. A frase é de um homem que, apesar de muito bem sucedido, mantém a simplicidade.

Em 1956, Artêmio Paludo fundou o Frigorífico Seara ao lado do irmão, Aurélio. Na época algumas gigantes do setor de proteínas já davam as cartas, como Sadia e Perdigão.
Seu Artêmio era, então, um jovem de 24 anos. Hoje residindo em Florianópolis, com 91 anos de idade, o empresário, ex-deputado, ex-goleiro, filho do casal Ângelo Paludo e Ângela Pierozan, esposo de dona Antonia, pai de quatro filhos e tataravô, relembrou um pouco de sua trajetória de vida em entrevista especial à Belos FM e ao jornal Folhasete. Ele esteve em Seara na sexta-feira, 24 de novembro, quando foi homenageado e participou de um encontro com lideranças da unidade local da JBS.

Nascido em 5 de maio de 1932 em Seara, forma-se como técnico em Contabilidade, Artemio atribui ao irmão Aurélio a principal responsabilidade pela fundação do Frigorífico. “Trabalhamos 25 anos e depois vendemos a empresa. Fundar um frigorífico na época não era fácil. Em 1954 nasceu o município de Seara. Aí surgiu a ideia de que tinha que instalar um frigorífico aqui, porque senão Seara nunca iria ser nada. Contávamos com 270 sócios, onde 170 eram colonos. Em 1958 o Aurélio se mudou com a família para São Paulo e eu fiquei em Seara trabalhando no Frigorífico. No início não tinha luz, telefone e rodovia”. Um grande passo dado na época foi a implantação do modelo onde um produtor criava os leitões e outro produtor fazia a engorda dos animais.

Já as exportações iniciaram em 1975, com a venda de frango para a Arábia. “Numa das vezes que choveu, não conseguimos ir até o porto de Itajaí e tivemos que pagar uma multa enorme do navio parado. Conversei com o então governador Konder Reis, recém eleito. Ele me prometeu que abriria a estrada (hoje rodovia SC-283) se colocássemos o prefeito em Seara. Também mandaria o asfalto ao município. Aí eu entrei para a política. Conseguimos na época trazer quadras esportivas e luz para as comunidades e os distritos com postes de concreto. Mas eu não gostava da vida pública. Nunca gostei”. O Frigorífico foi vendido para a Ceval no início dos anos 80. “Graças a Deus hoje a Seara é uma das maiores do mundo no segmento”.

Artêmio também foi goleiro. Com 14 anos, foi estudar em Joaçaba. Como não tinha bom desempenho como jogador de linha, foi colocado no gol. Fez sucesso como bom pegador de pênaltis. Quando retornou a Seara, montou uma equipe com jovens de 14 a 18 anos. “Começamos a treinar. Eu também utilizava livros de regras do futebol e sobre ginástica para melhorar o condicionamento físico. Eu proibi os jogadores de fumarem”.

Paludo lembra com carinho de alguns amigos que já partiram, como dona Inês Detoni e o médico Harry Quadros de Oliveira. Do alto dos seus 91 anos, tem a receita para uma vida longa. “Eu caminho alguns quilômetros todos os dias. Espero chegar aos 100 anos, se Deus me ajudar”.

Ele conta como chegou a Florianópolis. “Depois da venda da empresa, eu tentei ir pro Mato Grosso, mas era difícil na época. Daí comprei um terreno grande em Florianópolis”. Entre as atividades na capital, trabalhou na criação de camarão.

Já aposentado, vive mais tranquilo. “Passei tudo para os filhos e eles trabalham hoje. Se eu pudesse voltar no tempo, faria tudo igual. Cada vez que venho aqui percebo que Seara e a empresa evoluíram. É uma pena que nossa topografia não ajuda muito. Isso limita o crescimento da cidade”.


Parlamento

Artêmio Paludo se elegeu deputado estadual pela primeira vez em 1978. Em 1982 concorreu à reeleição, mas não se elegeu. No entanto, acabou assumindo uma vaga na Alesc como suplente.

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