Incentivo ao plantio direto
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- Jamil Abdalla Fayad palestrou no evento realizado em linha Ipiranga
Técnica gera ganhos para a produção e ao meio ambiente e esteve em discussão durante seminário realizado nesta semana no interior de Seara.
Com o objetivo de trazer novas alternativas para a agricultura familiar, reduzindo custos e melhorando a produtividade, foi realizado na quinta-feira, 16, em linha Ipiranga-Seara, o Seminário Regional do Método SPDH - Sistema de Plantio Direto de Hortaliças. O sistema foi pensado pela Epagri e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), buscando garantir mais autonomia e reduzir o uso de agrotóxicos e os custos na produção agrícola.
Participaram técnicos, pesquisadores, engenheiros agrônomos, lideranças ligadas ao setor e agricultores familiares. Pela manhã houve a apresentação do plano estratégico da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (FETRAF/SC), com o técnico agrícola Joel Tomazi, que destacou que “não há ninguém que consiga enxergar a planta como o agricultor familiar”. Ele defendeu a redução do uso de agrotóxicos no campo. Na sequência, painéis que trataram dos métodos político-pedagógico e técnico-científicos sobre o Sistema de Plantio Direto de Hortaliças também abrangendo grãos.
O engenheiro agrônomo e pesquisador Jamil Abdalla Fayad destacou que “precisamos entender que a planta é um ser vivo. Ela é o centro do agroecossistema”. Jamil explicou que, em resumo, o sistema de plantio direto consiste primeiramente em descompactar o solo. Fazer a adubação verde, ou plantas de cobertura, com o plantio de culturas como aveia, centeio, nabo forrageiro e ervilhaca, entre outras. Depois, a utilização de rolo-faca para amassar a cobertura verde, fazer os cortes no solo e plantar as hortaliças, mudas ou grãos.
Conforme Jamil, é necessário produzir cerca de 10 toneladas de matéria orgânica por hectare. Fazendo esse processo “as sementes vão começar a germinar sem ervas daninhas próximo e então não é necessário usar agrotóxicos’. A técnica reduz custos de produção, pois não utiliza ou reduz a utilização de agrotóxicos, produtos químicos e fertilizantes, além de manter a cobertura do solo. “Antigamente pensávamos que a terra tinha que ser limpada para o plantio, mas hoje precisamos de matéria orgânica para aumentar a biodiversidade do solo e produzir mais e melhor”.
Também participou do evento o engenheiro agrônomo, mestre e doutor em Agroecologia Waldemar Arl. Ele ressaltou que “o método começou com hortaliças, mas se estende a todas as outras culturas e criações. É um pensar diferente na transição agroecológica”. Porém, existem grandes dificuldades para a mudança de métodos e hábitos. Conforme Waldemar Arl, “hoje em dia mais de 98% dos agricultores são dependentes dos adubos químicos e agrotóxicos”.
O coordenador do Sintraf de Seara e região e um dos coordenadores do evento, Éder Tochetto, avaliou de forma positiva o Seminário. “O objetivo é buscar autonomia para as famílias, com o foco na melhoria da renda e melhor qualidades de vida também com o uso de novas tecnologias”. O evento também contou com a apresentação de experiências desenvolvidas nas lavouras de Seara no Sistema de Plantio Direto de Hortaliças e definição das áreas de estudo e organização do trabalho com SPDH na região.
Apoio
Em Seara o Seminário Regional do Método SPDH - Sistema de Plantio Direto de Hortaliças teve a realização da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar e Sintraf, Casa Familiar Rural de Seara , com apoio da Epagri, CrediSeara, Apaco e Cresol.
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