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Os 100 anos de dona Maria

Em um período em que o mundo vivia momentos tensos com a I Guerra Mundial e a Guerra do Contestado em curso, e bem antes da energia elétrica, comunicações e do próprio desenvolvimento chegar à nossa região, nascia em 24 de novembro de 1915 Maria Luiza Rodrigues, hoje residindo em Itá.

Dona Maria tem muitos fatos a compartilhar nestes 100 anos de vida. E foi para ouvir estas histórias que a reportagem do FolhaSete se deslocou à comunidade de linha São Paulo nesta semana. A mulher, que completou cem anos de vida este ano, mora com uma das filhas e o genro.

Natural da cidade de Taquari-RS, a 96 quilômetros de Porto Alegre, e com descendência alemã por parte da mãe, dona Maria conta que com 28 anos de idade, em 1943, veio para Santa Catarina, onde firmou residência no interior de Itá. "A gente tinha uma terra, vendia e comprava outra. Íamos mudando até que chegamos aqui e aqui estamos até hoje".
Ao longo de dez décadas de vida, Maria Luiza, mãe de 5 filhos, com 16 netos e 17 bisnetos, enfatiza que o trabalho no campo sempre foi prazeroso. "Eu era roceira, sempre gostei da roça. A gente plantava de tudo, principalmente verduras, e sobrevivíamos assim. Meus pais me ensinaram a produzir".
Outra paixão de dona Maria é a dança. "Eu gostava de dançar e quando dá ainda danço. Aliás, morro de vontade de dançar, mas agora machuquei o joelho, daí fica complicado", conta ela, com bom humor. Lembra com clareza o dia do seu casamento com Augusto Soares, já falecido. "Tinha 28 anos. Não tinha estrada. Meu marido abriu uma estradinha a picão no meio do mato e fui a cavalo. A festa era num galpão de chão batido . A poeira levantava. Era muito divertido", detalhou.  
Maria Luiza é saudosista e guarda até hoje uma pequena boneca que herdou da sua mãe. Além disso, tem uma particularidade que todos respeitam: "tomo meu chimarrão, mas com uma cuia só pra mim". Mesmo lembrando com satisfação dos momento do passado, dona Maria reconhece que hoje há mais alternativas. "Os tempos são outros. Antigamente a gente não tinha carro, luz elétrica, tinha pouca festa, mas se vivia bem e com alegria também". 

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