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Prejuízos já são sentidos

  • - Produtor José Zanluchi destaca que, além da estiagem, outros fatores dificultam a atividade

Produtor José Zanluchi diz que produção de milho é a mais afetada pela falta de chuvas

Os baixos índices pluviométricos registrados nos últimos meses já causam preocupação e prejuízo aos agricultores. Mais uma vez, Seara e região sofrem com chuvas mal distribuídas e pouca precipitação.
Em novembro, conforme dados da Epagri/Ciram, choveu apenas 37 milímetros no município. No mês de dezembro o volume já foi maior, totalizando 85,4 milímetros, muito em função da precipitação do último fim de semana, que totalizou cerca de 50 milímetros.
O maior problema está nas lavouras de milho. Muitas plantações já estavam no estágio de floração. Nesses casos, a chuva mais recente não vai recuperar as perdas da estiagem, como explica o secretário da Agricultura de Seara, Renato Tumelero. “A chuva não recupera as perdas nas lavouras pós-espigamento e florescimento. Já nas plantações com bom manejo de fertilização que suportaram esses momentos, a chuva vai ajudar numa boa floração. A precipitação também foi favorável para os terrenos que não tinham umidade o suficiente para o plantio, então favoreceu a semeadura daquelas lavouras que ainda não tinham sido plantadas. Conforme o estágio de desenvolvimento, se houver frequência nas precipitações ainda teremos boas produções”.
Até semana passada o município auxiliava 16 propriedades com o transporte de água para os plantéis, principalmente na suinocultura. Conforme Renato, há produtores com cisternas cheias e outros que construíram, mas que ainda não encheram. Tem quem está construindo agora e os que não têm cisternas. “Temos relatos bastante significativos de quem tem cisterna e neste momento dispensa o abastecimento. Não tira a preocupação, mas dispensa o transporte de água”. O secretário comenta que a lista de agricultores que precisavam de abastecimento com o caminhão da prefeitura já foi bem maior. “As ações que foram tomadas garantem uma redução gradativa dessas solicitações”. Ele cita que desde o ano passado foi implantada a gratuidade de até dez horas-máquina para construção de cisternas. “Não há, neste momento, nenhum pedido pendente de atendimento quanto a essa questão”. Renato Tumelero também destaca o trabalho intenso para construção de fontes modelos vertical e caxambu, além da perfuração de poços artesianos em comunidades do interior para abastecimento das famílias. “Temos a confirmação de mais seis poços a serem perfurados a partir de fevereiro de 2023 para os grupos inscritos na Secretaria”.
O produtor José Luiz Zanluchi, 38 anos, morador de linha São Paulo, interior de Seara, trabalha com gado de leite. A lavoura, segundo ele, é para consumo dos quase 60 animais do plantel. “Nos últimos três anos está bem complicado e a região sempre sofre bastante. Vejo que precisa ter mais políticas públicas para ajudar o agricultor. Deveria ter um apoio maior, porque a silagem, por exemplo, em questão de dias você perde na qualidade e quantidade. Precisa uma atenção especial, porque se não tiver silagem para o Inverno a situação piora ainda mais. Muitos produtores não têm máquinas e tratores e dependem 100% da ajuda da prefeitura e das associações”.
Neste ano, vendo a necessidade de adotar uma nova medida na propriedade, José Zanluchi comprou uma caixa d’água de 20 mil litros e planeja encanar uma calha direto do barracão. “O ideal seria a cisterna, porque suporta um volume maior de água, porém o custo é mais alto”. Com relação à chuva do fim de semana, ele destaca que “foi excelente para a plantação de pastagens e milho, porque com mais alguns dias de sol os prejuízos seriam bem maiores, até com perda total em algumas áreas. Como veio a chuva, estou conseguindo fazer o plantio de milho em locais que ainda não tinha conseguido fazer”.
A Seara Alimentos já está transportando cerca de 100 cargas de água por dia. A Casan poderá iniciar o transporte na semana que vem.

Agricultura

O produtor José Zanluchi comenta que, além da estiagem, outros fatores dificultam a atividade. “Estamos sofrendo muito com o ataque de pragas, principalmente com a cigarrinha. Está bem difícil controlar”. Segundo ele, a política de preços do leite também precisa ser revista. “O preço precisa ser acertado antes da venda. É o único produto que eu conheço que a gente vende e só no próximo mês vamos saber quanto receberemos. Então fica difícil se programar com os custos. Teria que ser tabelado no mínimo para quatro a seis meses”, relata.

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