RAIOS - Como se desviar dos perigos
A ocorrência de raios na região Sul do Brasil aumentou cerca de 500% no último ano comparado a 2014.
A informação é do coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Osmar Pinto Junior. Nesta semana, Osmar Pinto Junior conversou com a reportagem do FolhaSete. Segundo ele, "há um aumento expressivo, que chega quase a 500% a mais em relação ao ano de 2014 dos raios na região Sul do Brasil. Isso vai continuar durante o Verão devido ao El Niño, que também provocou o aumento das chuvas no Sul". O Brasil é o país mais atingido por raios no mundo. São 50 milhões de descargas elétricas por ano.
Especialistas explicam que este grande número cai no Brasil por causa da grande extensão do território e, principalmente, em função do clima tropical, que ajuda na formação de tempestades. De acordo com o último levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 1.789 pessoas morreram no Brasil nos últimos 15 anos por causa dos raios. Cinco em cada 100 casos acontecem na praia. Osmar Pinto Junior destaca que a água conduz eletricidade. "Água de piscina tem cloro, que também é um bom condutor. Lembrando que piscinas tem tubulações. Raios que caírem próximos a estes locais podem transferir a descarga através da água das tubulações. Em grandes áreas planas, caso a pessoa esteja em pé, ela será o para-raios. A cabeça ou qualquer membro para fora da água (piscina ou rio) pode funcionar como para-raios. O correto a ser feito é interromper atividades aquáticas e procurar por um abrigo em casa ou dentro de algum veículo".
Não é só na praia, no campo e nas áreas externas. Dentro de casa também é preciso ter muito cuidado. Conforme o coordenador do ELAT, não há como evitar que um raio atinja as residências, mas é seguro investir em para-raios para proteção caso o incidente aconteça. Em dias de tempestade, a recomendação é não usar telefone com fio. "Também não fique perto de tomadas, canos, janelas e portas metálicas e não toque em equipamentos ligados à rede elétrica". Com base nas informações coletadas sobre as circunstâncias de morte por raio mais comuns, o ELAT desenvolveu uma cartilha detalhada de proteção contra raios, cujas recomendações devem ser seguidas durante as tempestades. O melhor é sair da rua na hora de uma chuva forte com raios e trovoadas. Se estiver na rua, procure um abrigo em carros não conversíveis, ônibus ou outros veículos metálicos não conversíveis; em moradias ou prédios, de preferência que possuam proteção contra raios; ou em abrigos subterrâneos, tais como metrôs ou túneis.
Se estiver ao ar livre, evite segurar objetos metálicos longos (varas de pesca, tripés, tacos de golfe, etc.), empinar pipas e aeromodelos com fio, andar a cavalo e ficar em contato com a água. Saiba que pequenas construções (tendas, barracos, celeiros), veículos sem cobertura e árvores oferecem risco e não protegem. A recomendação é evitar ficar no topo de morros, no alto de prédios, em áreas descampadas, em estacionamentos, próximo à cerca de arame ou embaixo de árvores isoladas.
O coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Osmar Pinto Junior, informa que a intensidade do raio em média tem corrente elétrica de 30 mil amperes. "O que isso significa? A amperagem de um raio é maior do que de mil chuveiros elétricos", finaliza.
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