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Uma arte milenar de preservação

  • - Italiano Salvatore Liporace é mestre no cultivo de bonsai

Salvatore Liporace mostrou durante a Expo Arabutã as técnicas para o cultivo.

A segunda edição da Expo Arabutã celebrou os 31 anos de emancipação da Capital Catarinense da Cuca. Desde a última quinta-feira até o domingo, 2 de abril, a cidade que preserva belamente as raízes germânicas de seu povo através dos hábitos, da gastronomia, da cultura e da arte, promoveu uma comemoração especial para marcar a data.

Na programação diversificada teve um pouco de tudo para agradar o público de todas as idades, gerações e etnias. Entre os destaques da Feira, a palestra no sábado pela manhã com o italiano Salvatore Liporace, do Studio Botanico, um mestre na arte de cultivar Bonsai, com uma bagagem extensa de conhecimento sobre esta técnica milenar. Salvatore conversou com a reportagem do Folhasete e contou que já são 43 anos dedicados ao cultivo, manejo e compartilhamento de bonsais. Ele iniciou a atuação em 1986, no Studio Botanico em Milão, o primeiro espaço na Itália inteiramente dedicado à atividade Bonsaísta.

Salvatore relatou que durante vários anos foi aluno e discípulo do mestre Masahiko Kimura, a quem compara com Michelangello nesta arte. A escola de Kimura tornou-se um centro de excelência reconhecido no mundo inteiro. Foi a primeira a ser certificada pela Italian Bonsai Artists Association (UBI).

Na tradução literal, a palavra Bonsai significa ‘árvore em vaso’. Diz a sabedoria oriental que quem conserva um bonsai em casa atrai prosperidade, além de diminuir os níveis de estresse no dia a dia. “Bonsai é a natureza completa. É o nível máximo que se possa alcançar com as árvores. Porque no bonsai está tudo - o coração, a mente e as mãos. É a única arte que tem todas essas coisas bem equilibradas”. Acrescentou que quando se está trabalhando com o bonsai, “não se pensa em mais nada, se vive uma história com ele”.

Trabalhar com bonsai é uma terapia, garante. Não é uma técnica simples, pois é rica em detalhes. Além da delicadeza e paciência, explica que “esta é a técnica mais alta do mundo vegetal, porque cuidamos de todas as particularidades: a madeira morta, a casca, os galhos, a terra e as doenças. Temos um microcosmo”.

Quase todas as árvores podem ser transformadas em bonsai, segundo Salvatore. Ele diz que o Brasil tem um clima propício para este cultivo. “Dizemos em italiano que aqui é o beijo de Deus, um clima incrível para isso”. No entanto, o italiano, que viaja o mundo inteiro, chamou a atenção para as mudanças climáticas do planeta. “Temos que nos preocupar com isso, porque a terra está morrendo”.

Salvatore encerrou a conversa afirmando que o mercado para comercialização de bonsais é vantajoso. “Penso que os jovens brasileiros deveriam se dedicar a isso, porque tem bom clima, podem fazer coisas bonitas com pouco tempo e ainda ganhar dinheiro”.

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