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Vitória pela vida, com sofrimento

  • - Raiane está há sete meses em tratamento

Em 7 de julho do ano passado, enquanto trabalhavam na moenda de cana para produção de açúcar mascavo, como habitualmente faziam, um acidente grave com Raiane, 19 anos, filha do casal Eloi e Noemi, tirou o chão da família.

Até hoje eles não conseguem entender o que de fato aconteceu. "Quando vimos, tudo tinha acontecido", relata dona Noemi. Seu Eloi, pai da adolescente, colocava a cana para moer e Raiane tirava o bagaço. Ninguém viu de que forma, mas o cabelo da jovem, que estava amarrado, ficou preso no equipamento. Cerca de 80% do couro cabeludo da garota foi escapelado. "Parte do crânio ficou exposta", conta a mãe.
Socorrida por familiares e amigos, Raiane foi encaminhada ao Hospital São Lucas de Xavantina. Recebeu os primeiros atendimentos e foi transferida para o Hospital São Francisco de Concórdia. Ali, iniciou então a busca por um centro especializado na área. A instituição escolhida foi o Hospital Universitário (HU), de Florianópolis, onde fez tratamento para recomposição do couro cabeludo. Um procedimento moroso e extremamente delicado, levando em conta a gravidade da situação.
Em entrevista à reportagem do Folhasete nesta semana, dona Noemi contou que ficou com a filha no HU por quatro meses e doze dias, direto, sem voltar para casa. "Foram dias difíceis, mas agora ela está bem". Explica que foram três procedimentos cirúrgicos de enxerto na cabeça da menina. "Não era possível fazer tudo de uma vez", detalha. "Tiraram pele da cocha dela para cobrir os ferimentos".
Tudo andava bem, até que na segunda intervenção, houve uma complicação causando hemorragia cerebral, o que acarretou a paralisação do lado esquerdo do corpo de Raiane, em 26 de agosto. "Foi uma loucura, e ela precisou ser levada ao Hospital Celso Ramos para ser tratada por neurologistas até o problema ser revertido". Somente depois retornou ao HU para terminar os procedimentos até receber alta no dia 14 de novembro.
Em função da paralisação que sofreu, para reabilitação dos movimentos passou a fazer seções de fisioterapia e continua até hoje. "Foi tenso e complicado", lembra dona Noemi.
Agora ela não vê a hora de vir para casa. Sente saudades, porque são sete meses fora". No entanto, afirma que a filha em momento algum reclamou de dor. "Foi guerreira". Assegurou que "fomos muito bem atendidos por uma equipe de 21 médicos no HU". Com as fisioterapias, Raiane está recuperando bem os movimentos. "A cabeça está bem sarada". Esclarece que futuramente vai tentar um implante de cabelo.
Por telefone, a jovem disse que está bem e animada. "Acho que logo vou para casa". E acrescenta que "foi um longo e difícil período, mas me sinto bem. Faço terapia duas vezes por semana no hospital e também me exercito em casa para recuperar o movimento do braço e perna esquerdos".
Sem lembranças
Raiane Bergmamin lembra pouco do acidente. "Fiquei acordada o tempo todo, mas não lembro de detalhes. Eu sempre fazia aquilo e aconteceu rapidamente, uma coisa boba. Achei que fosse ficar bem pior, mas estou lidando bem". Salienta que o acidente "mudou tudo". Porém garante que "me sinto forte. Vou ficar lamentando porquê? Estou viva!". Entende que por tudo o que passou, as duas ocorrências, estar viva é um milagre. A coisa que mais quer agora é voltar para casa. "Tenho saudade das minhas coisas, de estar com minha família e amigos".

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