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Aumentam casos de doenças por adenovírus

Em alguns pacientes podem ser registradas complicações graves no trato respiratório

Assim fica difícil respirar. Covid, dengue e agora a preocupação com o aumento de casos de doenças por adenovírus. Mas do que se trata? O que é adenovírus? Quais os sintomas e como se transmite?

A médica infectologista do Hospital São Francisco de Concórdia, Clarissa Guedes, esclarece que “adenovírus são agentes infecciosos bastante conhecidos, sendo identificados cerca de 51 tipos diferentes”. Normalmente, se instalam nas vias respiratórias, nos tratos digestório e intestinal e no revestimento dos olhos. “As doenças respiratórias transmitidas pelo adenovírus são mais comuns no final do Inverno, Primavera e início do Verão. Já as que afetam os intestinos podem manifestar-se em qualquer época do ano. As doenças que acometem o aparelho digestório em geral ocorrem nos primeiros quatro anos de vida da criança”.

No organismo humano, conforme a infectologista, “o tempo médio entre o contato com o adenovírus e a manifestação clínica varia de acordo com as características do agente infeccioso. Nas infecções respiratórias, esse período pode variar de dois a 14 dias e naquelas do trato intestinal pode estender-se por três a 10 dias. É importante registrar que nessa fase a pessoa infectada pode transmitir o vírus sem saber que havia sido infectada se houver poucos sintomas”. Salienta que “os adenovírus são uma família de vírus que infecta preferencialmente as células das vias aéreas e causam gripes, resfriados, conjuntivites, bronquites, pneumonias e enfermidades do trato intestinal”.

A transmissibilidade ocorre pelo contato direto com gotículas das secreções infectadas do trato respiratório, eliminadas quando a pessoa tosse ou espirra, ou por fômites (objetos capazes de transportar organismos contagiantes), já que esse micróbio consegue sobreviver por longos períodos em objetos, como brinquedos, dinheiro, maçanetas de portas e janelas de edifícios ou de veículos, aparelhos telefônicos e toalhas, entre outros. “A transmissão pode ocorrer também por via oral/fecal, através da ingestão de água e/ou alimentos contaminados. As pessoas podem também adquirir o vírus quando engolem água de piscinas ou represas. Locais que possibilitam maior concentração de pessoas, como creches e escolas, costumam ser centros de propagação rápida da infecção pelo adenovírus humano”.

O diagnóstico da infecção por adenovírus leva em conta as condições clínicas do paciente e o resultado de alguns exames laboratoriais (cultura viral, detecção do antígeno e do ácido nucleico e a sorologia) realizados em amostras das secreções respiratórias e oculares. Raios X de tórax são exames por imagem que permitem diagnosticar com mais segurança a extensão da doença e o risco de complicações graves, que podem exigir internação hospitalar”. Embora as infecções por adenovírus humano possam acometer pessoas de todas as idades, elas se manifestam principalmente nos primeiros anos de vida. “Na maioria dos casos são doenças benignas, autolimitadas, que regridem espontaneamente em poucos dias. Há situações, porém, em que se torna necessário introduzir medicação para alívio dos sintomas e controle das complicações. O ideal é que o tratamento sintomático ou de suporte seja feito sob supervisão médica, uma vez que pressupõe a indicação de analgésicos contra a dor, antipiréticos para baixar a febre, fluidificantes nasais, broncodilatadores e colírios”. Repouso, reidratação oral, alimentação saudável e variada, desobstrução nasal com soro fisiológico são medidas de suporte importantes para o tratamento das infecções pelo adenovírus humano. “O adenovírus pode causar doença grave em pessoas imunodeprimidas, como portadores de HIV e pacientes em tratamento de câncer”.

Os quadros mais graves de infecção pelo adenovírus humano no trato respiratório inferior. “Pode exigir hidratação por via endovenosa, suplementação de oxigênio e até ventilação mecânica nos casos de insuficiência respiratória”.


Orientações

A melhor forma de prevenir a propagação é adotar medidas básicas de higiene. “Entre todas, a mais importante é lavar as mãos com água corrente e sabão. Cobrir a boca e o nariz com um lenço de papel quando tossimos ou espirramos é outro hábito que deve ser estimulado como forma de evitar o contágio. O álcool em gel também é indicado”, finalizou a médica infectologista Clarissa Guedes.

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