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Especialista avalia migração na saúde

Na semana passada, o Folhasete mostrou que muita gente está deixando de buscar atendimento particular ou mesmo de convênios e migrando para o Sistema Único de Saúde (Sus). A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aponta que mais de 61 mil pessoas deixaram os planos de saúde somente em Santa Catarina.

A crise econômica que o país atravessa seria a principal justificativa, mas há também o descontentamento com a cobertura dos planos privados. O neurologista searaense Carlos Wentz, que há muito tempo estuda questões relacionadas ao Sus, destaca que "a saúde é um bem precioso e bastante caro, tanto para os pacientes quanto para os gestores". Comenta que "em aproximadamente um ano, cerca de 1,5 milhão de usuários abandonaram seus planos de saúde. Pessoas que até então vinham todo mês fazendo seus pagamentos aos planos de saúde suplementares". 
Carlos Wentz avalia que "a desistência dos convênios talvez seja pelo descontentamento dos pacientes, que constatam que o que lhes foi ofertado e vendido nem sempre é cumprido". Acrescenta que "é bem mais difícil na hora de usar do que na hora de pagar. Além disto, temos uma gravíssima crise que vem desde 2015 se abatendo sobre nosso país. O caos econômico se instala e este bem tão precioso para todos nós acaba por ser menos acessível ainda. Mais da metade dos que saíram estavam em planos empresariais, o que pode nos mostrar a grave dimensão do problema".
Sobre o Sus, Carlos Wentz pontua que "o plano de saúde do Brasil, dito único, que há mais de 25 anos vem sendo tão propagado, valorizado e implementado por gestores públicos, infelizmente tem muitos problemas, pois, se assim não fosse, que necessidade teríamos de procurar planos privados?".
O médico alerta que a demanda por serviços gratuitos de saúde deve seguir crescendo e afirma que o Sus não está preparado para receber esta procura maior por parte da população. O especialista entende que "crise precisa representar atitudes novas, mobilização da sociedade e de cada um de nós. Os momentos de crise precisam ser recompensados com ideias, visões novas, energia extra para a sua solução".

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