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Penas passam de 100 anos

  • - Julgamento foi conduzido pelo juiz Douglas Cristian Fontana

JÚRI POPULAR Três acusados por homicídio foram condenados

Um julgamento que começou no início da manhã e terminou no final da tarde da sexta-feira, 30, condenou os três réus acusados de homicídio e ocultação de cadáver. O crime foi praticado no ano passado no interior de Xavantina.

Todas as qualificadoras apresentadas pelo Ministério Público foram aceitas (motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e ocultação de cadáver) e todos réus foram condenados. A Justiça negou a eles o direito de recorrer em liberdade. As penas somadas ultrapassam os 100 anos de cadeia.

Conforme a sentença, os réus Neuri Rodrigues, João Carlos Riadeckel e Weslyn Vás Souza foram condenados pela morte e ocultação de cadáver do jovem Kauã João Freitas, de 17 anos, morador de Chapecó. Weslyn foi quem confessou o crime e foi condenado a 24 anos e nove meses de prisão no regime fechado, sendo 22 anos pelo homicídio e o restante por ocultação. João Carlos Riadeckel pegou 39 anos de prisão no regime fechado, sendo 36 anos e seis meses pelo assassinato e o restante por ocultação. Já Neuri Rodrigues, que teria sido o mandante e dono do sítio onde houve o crime, foi condenado a 43 anos de prisão no regime fechado. Foram 40 anos pela morte de Kauã e mais três anos pela ocultação do cadáver.

Em depoimento durante o júri, Weslyn disse que trabalhava no sítio de Neuri e que não participou do crime. Ele “apenas” teria ajudado a ocultar o corpo da vítima. João, conhecido como Tavares, declarou que não teve participação no episódio. Ele negou todas as acusações. Negou que tivesse trabalhado com Weslyn e afirmou que no dia dos fatos chegou no sítio para fazer um trabalho, mas que foi embora. Neuri, que segundo a denúncia teria mandado João e Weslyn matar Kauã por desavenças relacionadas a drogas, negou envolvimento. Disse ainda que não sabia do crime e que não conhecia a vítima.

Logo após os depoimentos, o promotor de Justiça Willian Valer, que atuou na acusação, ressaltou que “foi um dos crimes mais cruéis em que já atuei”. Destacou que a vítima era usuária de drogas e que se envolveu com um grupo criminoso de Xaxim. “O jovem foi levado até o sítio no interior de Xavantina e morto cruelmente”. O promotor esclareceu que a vítima teria pego uma certa quantia de drogas para vender, mas não repassou o dinheiro ao chefe do tráfico.

Os três réus foram defendidos pelos advogados João Batista dos Santos, Joacir Marcos Correa e Micaelson Gehlen. A defesa alegou que não havia materialidade do crime, pois o corpo não foi localizado.

Após longos debates e a votação do conselho de sentença, o juiz Douglas Cristian Fontana proferiu a sentença condenando os réus, salientando que os acusados agiram em uma ação “fria e calculista”. Defesa e acusação não informaram se vão recorrer da sentença.


O crime

O crime foi cometido em 14 de abril de 2022. Kauã João Freitas, 17 anos, morador de Chapecó, teria ido trabalhar como ajudante de pedreiro em Xaxim e não voltou mais para casa. Um dos suspeitos confirmou o crime e disse que a vítima foi levada até uma área de mata, amarrada a uma árvore e morta com dois golpes de faca em sinal de cruz. Após ser morto, o jovem teve o corpo esquartejado e enterrado em tocas de tatu próximo a um córrego na região de Linha das Palmeiras, interior de Xavantina. O corpo nunca foi localizado. A investigação foi conduzida pela Polícia Civil de Chapecó, com apoio da Polícia Civil de Xavantina. Os três condenados estão detidos no Presídio Regional de Concórdia.

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