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A cidade adotada por Seara agradece o auxílio recebido

  • - Recuperação em meio ao caos

Prefeito de Muçum fala sobre a catástrofe.

Centenas de casas destruídas, inúmeros deslizamentos e quase toda a cidade alagada em um cenário de guerra. O município gaúcho de Muçum passou pela pior enchente de sua história no início de maio deste ano e agora busca forças para se reconstruir.

A cidade, localizada às margens do rio Taquari, foi umas das mais afetadas pela enchente e está se reerguendo aos poucos. O município também conta com a ajuda de Seara, que adotou a cidade, e sua população de cerca de cinco mil habitantes, criando a Associação Recupera Muçum.

Nesta semana a reportagem do Folhasete conversou com o prefeito Mateus Trojan. Ele lembrou que em menos de um ano Muçum foi atinginda por quatro eventos climáticos extremos, causando grandes prejuízos. “Primeiro foi um temporal de granizo muito forte em agosto de 2023, que destelhou mais de mil residências, além de prejudicar as lavouras do interior. Em setembro de 2023 houve uma grande enchente, onde, além dos prejuízos, perdemos 20 vidas, sendo que duas pessoas sequer foram encontradas. Em novembro de 2023 aconteceu uma nova inundação e em maio deste ano, quando estávamos em processo de recuperação mais avançado, inclusive na autoestima, infelizmente tivemos uma nova enchente, com o agravante dos deslizamentos. Chegamos a registrar mais de mil milímetros de precipitação em seis dias”.

O prefeito classificou a situação vivida em maio como “um caos generalizado”. As enchentes em Muçum deixaram um saldo de mais de 300 residências destruídas, empresas alagadas, pessoas feridas, mortes e um prejuízo milionário. “No interior tivemos moradores que ficaram 34 dias sem energia elétrica”, ressaltou. Mateus Trojan destaca que “estruturalmente o evento de maio foi o pior, mas ao contrário do que aconteceu em setembro de 2023, quando tivemos 20 óbitos, neste evento de maio de 2024 nós não tivemos nenhuma morte, nenhum desaparecimento, então, apesar de toda a dificuldade que temos para reconstruir a cidade, agradecemos esse fato”.

Explica que nas ocorrências de 2023 as estimativas de prejuízo são de R$ 231 milhões. Já em 2024 as perdas entre setor público, privado, empresarial e produção superam os R$ 280 milhões. Estamos falando num valor entre os dois eventos que pode chegar a quase R$ 600 milhões. É absurdo, algo muito grande para a proporção da cidade. O orçamento público do município previsto para 2024 é de cerca de R$ 38 milhões”. O reflexo das cheias na economia de Muçum ainda será sentido nos próximos messes e anos, conforme o chefe do Executivo. Ele enfatizou o risco de várias empresas fecharem as portas em definitivo e que a população deverá diminuir em cerca de 15%.

Matheus Trojan valorizou o apoio que tem chegado de todos os cantos do país. “Se não fosse toda essa força, esse apoio e inúmeras doações de todas as formas e de todos os cantos, a gente certamente estaria em um momento de muito mais dificuldade”. No momento a cidade entra em uma fase mais avançada de limpeza e restruturação. A Associação Recupera Muçum tem como objetivo captar recursos para a expansão urbanística do município e aquisição de áreas para relocação de empresas e moradores. O objetivo é migrar parte da cidade para um local onde não haja o risco de inundação.


Auxílios

Muçum também conta com apoio do Estado do Rio Grande do Sul e do Governo Federal. “Entendo que dentro do que é possível o Governo do Estado está fazendo a sua parte, pois o Rio Grande como um todo está em situação muito ruim. Já o governo Federal tem atendido em alguns itens”. Muçum foi contemplada com programas habitacionais para a construção de 177 casas com recursos já aprovados. “Mas temos todo o processo de aquisição de novas áreas, infraestruturas dos locais, rede de água, luz e este recurso ainda não está liberado”. Trojan criticou a morosidade e burocracia neste processo. “Não gostaríamos de ser derrotados pela burocracia no processo de recuperação”.


Seara

Seara adotou Muçum com ajuda humanitária, doações de donativos e voluntários, além de máquinas e trabalhadores para a limpeza da cidade. O prefeito Mateus Trojan ressaltou que “é um trabalho de excelência e foi uma ação muito bonita essa proposta da adoção de cidades. Seara abraçou Muçum como um todo. Ajuda com doações, equipes e maquinários que fizeram a diferença na limpeza urbana. Ficamos felizes em termos esses parceiros, essas pessoas iluminadas que nos emocionam em pensar em tudo que fizeram pela gente. Seremos eternamente gratos, inclusive guardo comigo na prefeitura uma bandeira de Seara como uma lembrança carinhosa desse processo”.

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